terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Crônica - O Ópio do Povo



Eric do Vale


Aleguei ,quando indagado, desconhecer o pensamento freudiano e a minha amiga falou: 
-Li alguma coisa dele, mas desisti... acho que qualquer pessoa que lesse o que ele escreveu viraria ateu. -Por quê?_Perguntei eu. 
-No primeiro parágrafo, ele afirma que Deus é inventado pelo homem, porque a sociedade precisa de um Deus.
Curioso, pesquisei sobre isso e, dias depois, retomei essa discussão dizendo-lhe que ele não era ateu e, muito menos, contra religião alguma. Em seus estudos, Sigmund Freud constatou que o ser humano tende a usar a religião como válvula de escape para os seus problemas. Essa tese também já havia sido defendida por Karl Marx que a definiu como “ópio do povo”.

É importante esclarecer que essa expressão não tinha o propósito de blasfemar contra nenhuma religião, conforme muitos, erroneamente, acreditam. Na verdade, isso foi uma critica ao modo alienável como as religiões eram transmitidas à população.

Sem segmentar-se apenas a religião, o “ópio do povo” vigora mais do que nunca nos dias de hoje. Cada indivíduo apresenta um modo particular de nublar sua visão da realidade ou subtrair-se dela. É o caso dos meios midiáticos que não cessam de fornecer e aplicar doses cavalares na sociedade.

Do mesmo modo que o carnaval, o futebol e a telenovela “entorpecem” os brasileiros, também são as produções hollywoodianas com a população estadunidense. A guerra do Vietnã é um bom exemplo disso. Mesmo cientes de não terem saído vitoriosos, eles fazem questão de, através dos filmes, distorcerem essa realidade, seja explorando o seu orgulho patriótico, feito Os Boinas Verdes, seja criando personagens que tendem a cair no gosto popular, tipo Braddock e Rambo, no entanto existem produções norte-americanas que fogem a essa regra como: O franco atirador, Apocalipse Now, Platoon, Nascido para matar e Nascido em 4 de julho.

E por falar em Rambo, a prova dissertativa da seleção de Mestrado em Comunicação Social da PUC, do Rio de Janeiro, elaborou uma questão em que o candidato deveria fazer uma análise do personagem interpretado por Sylvester Stallone com o governo Ronald Reagan, tendo como base o livro A Cultura da Mídia, de Douglas Kelnner.

Qualquer um, provavelmente, saberia responder a essa questão, mesmo não tendo lido o livro. No primeiro filme, Rambo Programado Para Matar, Sylvester Stallone incorporou um personagem que refletia o perfil do cidadão norte-americano no início da gestão Reagan: um ex-veterano de guerra atormentado pelas lembranças do Vietnã e descontente com a vida civil. Diante do caos que os Estados Unidos atravessavam, o “cowboy” tomou medidas ortodoxas que reverteram à situação política e econômica de seu país, culminando com a sua reeleição. Esse contexto foi retratado em Rambo II: A Missão: o protagonista era designado a regressar ao Vietnã para resgatar os seus patrícios. Metaforicamente, esse filme simbolizou o renascimento do império ianque e a consolidação do governo Reagan que foi salientado na seqüência seguinte em que o Rambo vai ao Afeganistão salvar o seu amigo das mãos dos soviéticos.  Rambo III foi lançado no momento em que governo norte-americano assinou, juntamente com a União Soviética, um acordo de sanções de armas nucleares que, além de resultar num processo, gradual, de finalização da Guerra Fria, consagrou a “Terra do Tio San” como superpotência.

Embasado na referência acima, constata-se que as críticas, despudoradas, não desmerecem o “ópio do povo”.  Se ele fosse ruim, não seria tão procurado, como são as drogas, lícitas e ilícitas, existentes. 




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