quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ode - Ode Ao Barroco Árcade


                   Eric do Vale


Após sua carta Caminha editar,
recinto dos degredados tornou-se
“A terra onde se plantando tudo dá”.

Eis que a nossa produção intelectual,
calcada no dualismo e bucolismo,
teve origem no período colonial. 

Reinava o antropocentrismo,
entrecortando a luz e a escuridão
no curso do colonialismo.

Aos quatro cantos da capital federal
propagavam-se os sermões de Viera
junto aos versos do “Boca do inferno”.

A salvação e o gozo mundano
em palavras digladiavam-se
de modo lírico, religioso e satírico.

Vila Rica, dotada de riquezas,
serviu como cenário e palco
aos poetas do setecentrismo.

Com base no “carpe diem”
os Inconfidentes confidenciavam
uma vida mais simples e pastoril.

Epicamente decantados
os feitos de Caramuru
igualmente aos do Uraguai.

Se venerada era Marília por Dirceu,
Critilo criticava os desmandos despóticos
em Santiago ao seu amigo Doroteu.

E os séculos passaram
outras escolas literárias
então por aqui chegaram.

Atualmente, na modernidade
desconheço um literato que não tenha
bebido na fonte barroca e árcade.



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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Crônica - Você Se Lembra?

Eric do Vale


Presa a uma cadeira de rodas e enfrentando dificuldades financeiras, nada lembrava os áureos tempos em que fora considerada uma das mais belas e talentosas atrizes de sua geração. O dilema atravessado por Norma Bengell, mostrado em um programa televisivo, percorreu o meu raciocínio nos dias em que antecederam o seu falecimento. Quando isso aconteceu, logo associei esse fato a uma crônica de Zeca Baleiro.

Publicada na revista Isto É, o músico maranhense, em sua coluna, explorou a escassez de memória, predominante em nosso país, e utilizou Jorge Dória como referência. Impossibilitado de atuar, após sofrer um AVC, ele se afastou dos holofotes e ninguém mais teve noticias suas, especulando-se até que já estivesse morto. Zeca Baleiro ainda fez menção a um dos clichês bastante utilizados por nossa população: “O povo brasileiro não possui memória”.

Essa frase, aliás, permite com que eu, despretensiosamente, faça as honras de obituário ambulante, lembrando que, uma semana antes do desaparecimento da Norma Bengell, outras duas figuras bastante populares na televisão brasileira, Claudio Cavalcante e Ênio Gonçalves, morreram, quando há algum tempo, já se escondiam no anonimato, destino muito comum ao pessoal do meio artístico nacional.   

A falta de memória da qual convalesce  grande parte de nossos compatriotas pode ser considerado como algo alarmante, tendo em vista que isso não está restrito apenas no campo das artes e entretenimento, porém de uma maneira bem generalizada.

Não é a minha intenção subestimar a inteligência de ninguém, mas nessas circunstâncias proponho ao leitor um desafio: saberia me dizer os últimos grandes acontecimentos sociopolíticos em nosso país? Está bem, vou pegar leve: que tal um fato marcante nesse ano?


Arrisco em dizer que no futuro, não muito distante, a palavra “memória” além de ser extinta do nosso vocabulário, tornar-se-á inexistente nos dicionários, um percurso semelhante ao da língua latina.


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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Conto - Sua Cabeça É O Seu Guia


Eric do Vale


Naquela segunda-feira, cheguei cedo, como de costume, ao trabalho. Acendi as luzes da  sala e percebendo que a secretária estava se dirigindo à copa para passar o café, fui até uma padaria, próxima da firma, para comprar uns sonhos e pães de queijo. Quando voltei, perguntei ao vigia se o Aristides havia chegado e esse me respondeu que não. Pedi-lhe que assim que chegasse, dissesse que fosse me procurar, pois gostaria muito de falar com ele. Ainda não me saía da cabeça aquela fatídica sexta-feira. Por que ela fez isso comigo?Tudo estava tão bem! Aristides chegou e disse:
-Dalton, soube que queria falar comigo?
-Sim, senta aí. Tá servido?
-Estou sim.
Ele encheu uma xícara de café e eu perguntei:
-Quero-lhe fazer um convite para sexta-feira, você aceita?
-Claro!
-Pois até lá a gente combina direitinho. 
-Posso chamar o Zé Mário?
-Por mim, tudo bem!
Tão cedo, eu não queria compromisso sério com ninguém até conhecê-la. Cumprimos à risca o roteiro de todo e qualquer casal de enamorados: cinema, passeio de mãos dadas, sorvete, praia. Cheguei até ser apresentando aos seus familiares e, praticamente, já estava entrosado. Ainda não me caiu a ficha e acho que vai custar para isso acontecer, pois estava tudo indo bem para terminar assim. Apesar de ter confirmado presença, tenho pra mim que Aristides achou estranho esse meu convite, visto que há mais de três meses trabalhando nessa empresa e eu, até então, não participava de nenhum  hour. Sexta-Feira, após o expediente, Zé Mário, Aristides e eu fomos a um bar, onde jogamos conversa fora regada a muita cerveja e tira-gosto. Ficou combinado, depois, que dali iríamos para uma casa de pagode. Antes das 20 horas, Aristides resolveu pedir a conta e eu falei:
- Mas a casa ainda não abriu.
-Vamos para um lugar melhor, enquanto o samba não começa.
-Já até imagino._ falou Zé Mário.
Fomos até um clube noturno e ficamos ali  tomando uma cerveja e observando aquelas garotas que fazem qualquer homem esquecer os problemas. Mas  cheguei à conclusão de que a minha ferida tão cedo seria cicatrizada. Rumamos para o pagode e lá permanecemos até nos dispersarmos. Voltei para a casa e, com o passar dos dias, mandei algumas mensagens pelo celular e ela me respondia sempre. No meu aniversário, fui surpreendido com o seu telefonema, ali estava o pretexto que eu tanto desejava. Decidi ir a casa dela, naquele mesmo dia. Passei em uma floricultura e comprei um arranjo de rosas. Conversamos muito, assim que cheguei, ela ficou feliz com as flores e combinamos de sair na próxima semana. Quando fui embora, ela me desejou   “Feliz Aniversário”. Assistimos a um filme de comédia, no cinema, e depois jantamos em um restaurante japonês. Porém  ela me informou que, no momento, não queria se envolver com ninguém. Numa quinta-feira, participei de um jogo de futebol com o pessoal do trabalho, o Zé Mário veio até a mim e falou:
- Está interessado num happy hour, amanhã?
-Com certeza. A propósito, você está sabendo de uma festa que vai haver na casa da Beth, amanhã?
-Sim, o Aristides já falou comigo. Antes de irmos pra lá, a gente faz uma escala.
-Combinado, então.
-Só que dessa vez, nós vamos a um lugar diferente, melhor do que aqueles. As meninas são coisa de cinema! Um show custa 60 reais, mas se quiser outra coisa, você tem pagar, no máximo, R$160,00.
- 160 reais? Vá roubar o caralho!
-Mas vale a pena.
  No dia seguinte, nós três saímos na companhia Juvenal, outro colega de serviço, que assim como Zé Mário e Aristides, também era casado e pai de família. Antes de irmos, Juvenal ficou meio tenebroso e não era para menos, já havia aprontado bastante com a esposa e ela só lhe perdoou, porque prometeu não mais “mijar fora do vaso”.  Estávamos todos com água na boca. Uma loirinha com o pircing no umbigo fez um carinho no meu ombro e eu retribuí, pegando na sua bunda. Ela falou:
- Vem comigo para sala VIP. São 150...
Eu poderia aceitar, mas e depois? Adiantaria gastar aquele dinheiro todo só para preencher aquela lacuna?Aristides deu a maior corda:
-É essa, Dalton!
Eu me fiz de rogado e ele insistia:
-Vamos fazer o seguinte: 60 reais. Você paga quarenta e o Zé Mário e eu damos 10.
Aristides já estava mais pra lá do que pra cá e por isso não lhe dei ouvidos. Juvenal logo foi embora e ficamos nós três ali. Nessa hora,  surgiu outra loirinha, chamada Eduarda, tinha umas coxas grossas, seios fartos e usava aparelho dentário. Ela sentou-se no meu colo e eu, evidentemente, fiquei enfeitiçado. Confesso que, naquele momento, jogaria tudo para o alto, gastando com ela até o meu último centavo, porém Aristides, mais uma vez, resolveu intervir:
- É essa! É essa! Vamos pra sala VIP com essa! Eu e o Zé damos 15 e tu dás 40!
-Por que eu tenho de pagar 40?
-Você está usufruindo o material.
Eu me convenci, mas Aristides resolveu levar uma garrafa de cerveja para a sala VIP e a moça avisou que não eram permitidas bebidas alcoólicas no recinto. Aristides ficou louco:
-Da ultima vez, eu levei uma garrafa e vou entrar nessa porra, sim! Esmurrando a mesa.
A moça resolveu procurar outro freguês. Ficamos mais um pedacinho até irmos para a casa da Beth. Na saída, ouvi Aristides dizer:
- Dalton seu babacão, tu é um bunda mole mesmo!
-Acho que o negócio dele é outro! Falou Zé Mário em tom de gozação.
Chegamos ao apartamento de Beth, um hotel situado na beira-mar, e tudo estava ocorrendo no salão de festas. Depois de um tempo, Zé Mário foi embora. Eu decidi fazer o mesmo, perto das duas da manhã. Na recepção, deparei com uma jovem de short curto, meia arrastão e cabeleira ruiva. Pedi informações ao recepcionista sobre aquela garota e ele me perguntou:
-Gostaria de conhecê-la?
-Sim.
Ele saiu do balcão, falou com ela e fez um gesto para que eu fosse até lá e nos deixou a sós. Soube que ela se chamava Ingrid e estava ali, porque tinha acabado de atender um cliente. Também fui informado que ela cobrava 200 reais. Ela perguntou se eu era turista e respondi que não.
-Poderia me dar o seu telefone?Perguntei eu.
-Sim.
Segurei a mão dela, pedi-lhe que desse uma volta, ela concordou e eu dei uma tapinha na sua bunda. Falei que, certamente, precisaria do serviço dela e fui embora.  Caminhei em direção ao carro, pensando no valor que ela cobrava. Estava abrindo a porta, quando concluí: “Foda-se”.



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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Crônica - Na Contramão


Eric do Vale


Mesmo desconhecendo os anais da Constituição, procuramos honrar o nosso dever cívico, quando o assunto se vincula à liberdade de opinar sobre todo e qualquer assunto. É o caso da construção de um viaduto próximo a um parque ecológico, de uma metrópole, que diluiu a população entre os que defendem, alegando a melhoria de fluxo no trânsito, e aqueles que se opõem em prol da preservação ambiental. 

Por meio de uma rede social, alguém apresentou descontentamento junto aos opositores, em função do excesso de faixas, cartazes e barracas depositados naquele espaço, igualando-o a um lixão. Esse pensamento foi realçado por outra pessoa que indagou se,  quando isso acabasse, os postulantes teriam o bom senso de recolher todo o material por causa do paulatino processo de decomposição. A simbiose dessas ideias leva-nos a refletir sobre a capacidade do ser humano em reivindicar a preservação do meio ambiente, adotando esse tipo de comportamento.

No mesmo dia, ouvi um conhecido meu comentar esse assunto, afirmando que, provavelmente, boa parte da população esteja indignada com a atitude dos manifestantes, inclusive os ecologicamente corretos.

Irônico é o adjetivo mais apropriado para qualificar esse quadro,  que, infelizmente, nos serve como referência aos demais paradoxos vigentes em nosso cotidiano. Isso nos permite constatar que, ultimamente, as causas abraçadas pelos cidadãos, além de caírem na banalidade, não passam de algo evasivo, porque muitos compatriotas distorcem o real sentido do termo “liberdade de expressão”, conforme estabelecidos nos termos da Constituição Federal.

Caso o meu ponto de vista venha ser apontado como demagógico, o que dizer, então, daqueles que comparecem às ruas  empunhando bandeiras em defesa da sustentabilidade para, logo em seguida, jogarem um papel no chão?

Provavelmente, muitos de nós tenhamos opiniões distintas sobre qualquer assunto referente a esse, no entanto não compete a ninguém desempenhar a função de fiscal de bons costumes ou paladino da sustentabilidade. E ainda que o cidadão se sinta no direito de lutar por uma causa, indo às ruas, seria mais conveniente, começar dando o devido exemplo no dia a dia.  




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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Poesia - O Ato de Contar


                     Eric do Vale

Vale à pena versejar,
quando entre duas pessoas
existe o hábito de contar.

Contam-se números
fatos são contados
contam-se vantagens e desvantagens
são contados meses, dias, horas.

Em uma linha reta
em sentidos opostos
caminham com o mesmo propósito.








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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Conto - De Outros Carnavais

Eric do Vale
“Um telefonema bastaria
Passaria a limpo a vida inteira”
(Humberto Gessinger: Vida Real)




Além do cabelo curto e do aparelho dentário, seu nome e a cidade, onde morava, eram as únicas referências que eu, naquele momento, tinha a seu respeito. Acho pouco provável que ela se lembrasse de mim, considerando que já se passaram três anos. Sobretudo, de alguém que se tenha  apresentado como Belmondo, pseudônimo por mim assinado nas criticas cinematográficas.  Creio que seja essa, porque a cidade e o nome correspondem com as suas características, embora ela, aqui nessa foto, não use aparelho. Antes de mandar uma solicitação de amizade, escrevi uma mensagem dizendo: “Olá, eu conheço muita gente de sua cidade e você me pareceu ser uma pessoa bem legal, por isso gostaria de saber se poderia mandar-lhe uma solicitação de amizade?”.   E se não fosse ela? Por isso, não mandei nenhum convite e, depois de alguns meses, quando digitei, na rede social, o nome de uma amiga minha, deparei com o dela. Mandei-lhe  uma solicitação de amizade que, instantaneamente, foi aceita. Arrisquei por um “olá”, logo fui correspondido:
-Olá, observei agora que, em fevereiro, você tentou um contato comigo, foi isso?_ Perguntou ela.
-Bingo.
-Estava vendo o seu perfil. Parabéns pela profissão!Admiro quem mexe com arte, especialmente cinema!
-Muito obrigado!Você, por acaso, conhece a minha cidade?
-Conheço sim e tenho uma amiga que sempre vou visitá-la, que morava aqui antes.
-Espero não estar tomando o seu tempo.
-Nada disso, hoje estou de bobeira.
-Então podemos conversar um pouco mais?
-Sim. Por que você pediu a minha amizade?
-Você me parece com alguém que conheci, há muito tempo, por causa do  mesmo nome e de ser da mesma cidade, além da aparência física.
-Quando foi isso?
-Há uns três anos...
-No carnaval?
Procurei dissimular a minha surpresa:
-Você veio pra cá naquele ano?
-Sim.
Meus amigos e eu havíamos nos programado para o carnaval daquele ano. Cada um juntou sua parte para o aluguel de uma grande casa na praia e estávamos em contagem regressiva. O expediente encerrou ao meio-dia, dei um pulo no  apartamento para trocar de roupa e pegar alguns pertences. Em seguida me dirigi para a casa do Laerte, de onde saímos em comboio. Chegamos ao finalzinho da tarde, depositamos as nossas coisas e bebemos um pouco. Algumas horas depois, fomos à praça, onde todos já estavam em clima de festa.  Aquela afirmação levou-me a reforçar a minha pergunta:
-Então você esteve lá nesse período?
-Sim, com essa amiga que lhe falei.
-Sério?_Perguntei espantado.
-Conheci um cara aí que tinha uma tatuagem enorme nas costas.
-Não era eu.
-Eu sei. O nome dele eu não lembro direito ou, talvez, lembre depois.
- E por acaso, vocês estavam em um apartamento?
-Estávamos em um apartamento, sim. E quem era você no apartamento ou em outro lugar?
Antes que eu respondesse, perguntei se naquela época ela usava aparelho nos dentes.
-Acertou._Disse ela, para a minha surpresa.
Senti a necessidade de acender um cigarro, mas havia, há pouco tempo, parado de fumar. Então, peguei uma pastilha de hortelã, comecei a chupar e pensei: “Isso só pode ser coisa de cinema!”. Ficamos sentados bebendo e jogando conversa fora até o amanhecer. Acordamos perto da hora do almoço, eu acho. Lembro-me de que fizeram um churrasco e eu bebi pouco, porque queria estar inteiro para mais tarde. Voltei para o computador anestesiado com aquela informação e indaguei:
-Você se lembra desse carnaval?
-De muitas coisas.
-Vamos lá, recorda-se de, uma tarde de sábado, quando você estava com suas amigas e veio um rapaz abordando você?
-Diga mais.
-Você estava dançando com uma garrafa de cerveja na mão e esse rapaz aproximou-se de você, imitando os passos...
-Lembro-me de um que se aproximou de mim, por pouco tempo.
Eu me levantei, fui tomar uma água, retornei para o computador e escrevi:
-Ele aproximou-se de você, no paredão, começou a dançar e se apresentou. Você falou que estava no apartamento com suas amigas.
-Certo.
-Lembra-se de mais alguma coisa?
-Sei lá, a gente se distanciou um pouco... Fomos até um carro parado e descansamos.
-Descansamos?
-Você estava apressado, dizendo que estava em um apartamento com uns amigos e me convidou para conhecer, mas fiquei com medo.
-Esse não era eu.
-Enfim... Acho que posso estar misturando as coisas... Coincidência demais entre mim e a quem você procura. 
Fui tomar outra água e pensei: “Duas pessoas, da mesma cidade, com o mesmo nome e a mesma aparência física! Essa não! Como é possível?”.  Depois de nos dispersarmos, eu a reencontrei na multidão, mas, dessa vez, acompanhada, de um rapaz e assim que me viu, falou:
-Eu estou com ele, agora.
 Voltei ao computador e arrisquei:
-Esse rapaz era moreno, usava boné e estava sem camisa?
-Usava sim, estou lembrada... Isso vai levar a gente aonde?
Após mostrar-me às suas amigas, não tardou para ela querer saber o motivo de eu estar ali perto dela:
-Você._Respondi-lhe.
Se fosse concedido o prêmio de canastrão do ano, provavelmente eu teria faturado. Pelo jeito, não tinha a menor chance. Ela marcou para que nos encontrássemos  à noite, naquele mesmo local. Levei na esportiva, pois sabia que não haveria de ser verdade. Assim que dei um “tchau”, ela fez um biquinho e fechou os olhos... Pensei que seria apenas um beijinho, quando senti sua língua na minha. Não nos desgrudamos até ela dizer:
-Agora vá.
De partida, voltei, puxei-a pelo braço e segurei na sua cintura. Ela tentou se esquivar até se render a um prolongado beijo.






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