Eric
do Vale
Que
mulherão! Quando aquela morena de lábios carnudos deu as caras na secretaria,
eu me contive, porém estava disposto a apostar alto. Fui ao encontro dela na
iminência de jogar todas as minhas fichas:
-Pois
não, o que deseja? _ Perguntei eu.
-Estou
procurando o meu marido.
Como
eu gostaria de que não fosse verdade o que ela tinha acabado de dizer!
-Marido?
_ Perguntei, procurando me recompor do baque sem que ela percebesse.
-Sim.
O Matias.
Essa
não! Assim já era demais!
O
Matias logo apareceu e me apresentou a ela. Assim que sua esposa saiu, veio-me
a vontade de dizer-lhe: “Muito bonita essa sua esposa!”, mas só fiquei na
vontade. E o Matias me falou:
-Ela
é delegada.
-Delegada?
Uma
delegada daquela, nenhum meliante resistiria à voz de prisão. Eu até faria
questão de ser interrogado por ela, contudo era a esposa do Matias. Desde que
comecei a trabalhar na secretaria, ele havia sido legal comigo. Apresentou-me
ao pessoal do trabalho, ajudando-me a me entrosar com todos. O Matias não
merecia isso, porém era justo o que ele fazia com ela? Um dia, logo após o
almoço, Matias disse:
-Vejam
só que coisa boa! _ Mostrando o seu celular.
Lúcio
e eu vimos algumas fotos suas acompanhado de várias mulheres peladas. E eu comentei:
-Você
estava no paraíso!
-Com
certeza, acrescentou Lúcio.
Matias
falou que elas o “visitaram” em seu apartamento sem cobrar nada.
-De
graça? Você está brincado! _ Disse eu.
Matias
jurava de pés juntos que tudo ocorreu de graça. Lúcio e eu fingíamos que
acreditávamos. Então, perguntei:
-E
a patroa?
-Ela
tinha viajado.
Quando
lhe fiz essa pergunta, eu, até então, não a conhecia pessoalmente, embora
soubesse que ele era casado. Não consigo entender como é que alguém é capaz de
deixar aquele pedaço de mulher dando sopa para cair nos braços de uma reles
vagabunda. O Matias é muito burro! Merecia ser corneado!
Como
disse, o Matias sempre foi legal comigo, mas era justo o que ele fazia com a
esposa dele? Decidi procurá-lo só para rever “aquelas fotos” e, sem que ele
visse, eu as encaminhei para o meu WhatsApps. Não tenho, nunca tive e jamais
espero ter nada contra a pessoa dele, mas “ladrão que rouba ladrão tem cem anos
de perdão.”.
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