terça-feira, 29 de abril de 2014

Poesia- Sem Cerimônia


Eric do Vale

Na minha frente
eu te vejo e de repente,
te roubo um beijo.

Lembre-se: foi você quem pediu
Portanto, não venha depois
me chamar de bárbaro
e, muito menos,de vil.

Onde é que está a insanidade
entre duas pessoas
que buscam suprir
as suas necessidades ?

E o que há de tão profano,
quando dois corpos
em brasa emanam
um principio de incêndio
igual ao de Roma?
Pobres são as almas
destes encouraçados puritanos!


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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Poesia- Primeira Pessoa


Eric do Vale

Vamos alterar o script:
“Eu era... Eu fui...
Eu tinha... Eu fazia.”.
Está mais do que na hora
de escrever uma história
em que seja pertinente
conjugar o tempo presente.


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domingo, 27 de abril de 2014

Poesia- 1989

       Eric do Vale

Quem é?
Quem foi?
E onde mora?
De nada eu sabia,
mas, agora, de tudo
queria saber.

Um ideal era sepultado
nos escombros do Muro da Vergonha,
enquanto os nossos patrícios
escolhiam O Salvador da Pátria.

E eu que nada sabia,
tudo queria saber.



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sábado, 26 de abril de 2014

Poesia- Nas Alturas

     Eric do Vale

Na altura deste campeonato,
não há nada mais de tão poético
do que um corpo que não cai
e jaz nas alturas em contato
com as nuvens, contrariando
os fundamentos de Newton
sem violar, porém, os princípios éticos.
Especialmente, se permitindo levar nas alturas.


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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Poesia-Talvez...

Eric do Vale

Quiçá, eu passe a contemplar
o alvorecer ou o cair do sol
na margem de um rio ou,
quem sabe, no alto de uma colina.

Talvez,agora,
seja a minha
tão aguardada  vez!

Talvez eu telefone para um distante parente
e mande flores para algum desafeto
ou,daqui há um mês, visite alguém que
de mim, há muito tempo, encontra-se ausente.

Talvez, talvez... Quem sabe,
não seja a hora de rever coisas  
não vistas e de passar a limpo
aquilo que, talvez,  há de, um dia, ser esclarecido.

Talvez, talvez, talvez... Talvez!
Sempre talvez! Sempre o talvez!


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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Conto- Davi Versus Golias

Eric do Vale


Seu Oswaldo insistia em dizer que estava errado e ela rebatia:
-Nada disso, seu Oswaldo. Está tudo certo.
-Não tem nada certo! Eu quero o meu dinheiro, agora!
Ele alterava a voz, à medida que ela o contrariava. Percebendo, através de uma janela de vidro, todo aquele burburinho, Boris saiu da sala e perguntou:
-O que está acontecendo?
-Estou dizendo que não tem nada de errado, mas ele insiste afirmar o contrário.
_ Respondeu ela.
Boris caminhou em direção dela, tomou o papel de sua mão e o deu a seu Oswaldo, dizendo: 
-Resolva a sua bronca e não traga problemas pra cá.
Imediatamente, Seu Oswaldo colocou o rabinho entre as pernas e foi embora. Dias depois, foi informado pela gerente de que seu Oswaldo, de novo, estava criando caso, Boris falou:
-Da próxima vez, peça para ele vir falar comigo.
A gerente sabia que se isso acontecesse, seria caixão e vela preta. Boris era quem dava as cartas naquela empresa.  Além do mais, ele não ia nem um pouco com a cara de seu Oswaldo. Melhor dizendo, Boris não gostava de ninguém, e os colaboradores muitos menos se sentiam à vontade com a sua presença.
Conta-se que, uma vez, ele estava tão alterado, que pegou o celular de um dos colaboradores e o jogou no chão, mas ninguém, nem mesmo o proprietário do aparelho, se atreveu a dizer nada. Abismado, ao ouvir tal história, um dos colaboradores falou:
-Não sabia que o Boris era tão bravo assim!
-Nem pense em testar a paciência dele.
Perto do final do mês, Boris dirigiu-se à mesa de Silvério para saber se esse já havia depositado o salário dos colaboradores:
-Ainda não. _ Respondeu Silvério
-Ainda não? Puta que o pariu! Por que você não depositou essa porra no banco, como eu mandei?_ Alterando a voz. - Vem cá, você é pago pra quê? Para ficar com a bunda colada na cadeira? Não sabe que isso tem que ser feito já.
-No momento, existem outras prioridades...
 -E eu lá quero saber de porra de prioridades? E por que você ainda está sentado aí?
Silvério levantou-se e foi saindo sem levar a pasta de dinheiro, Boris falou:
- Ô imbecil! Não vai depositar o dinheiro, como eu te mandei?
Silvério nem respondeu, deixando-o mais aborrecido:
            -Onde é que você vai? _ Perguntou Boris, seguindo-o.
Anestesiados, ninguém acreditava no que estavam presenciando e todo mundo, intimamente, exclamava: “O Silvério perdeu o juízo! O Boris vai jantá-lo vivo!”. Era de se estranhar que Silvério, um homem de uma distinção e serenidade única, portasse daquela maneira e justamente com o Boris.
 Na eminência de saber como aquilo terminaria, todo mundo parou os afazeres para acompanhar os passos de Boris até o estacionamento, onde testemunharam Silvério entrando no seu carro e indo embora. Desmoralizado e com o orgulho ferido, Boris esbravejou para os seus subordinados:
-O que é que vocês estão olhando? Vamos trabalhar, agora!
Os colaboradores sabiam que ele não deixaria barato e, certamente, descontaria sua raiva em cima deles. Por isso, todo mundo retomou os afazeres pisando em ovos. Horas depois, Silvério atendeu o telefone e disparou, antes que Boris dissesse qualquer coisa:
-Se quiserem me demitir, vão em frente. É um grande favor que me fazem, pois vou me aposentar, daqui há um mês. Mas, é bom que saibam que eu nunca aceitei desaforo de ninguém, nem mesmo de chefe.
Ninguém comentou sobre o ocorrido, de três dias atrás, e o seu lugar vago era observado com certo ar de contemplação. Todos sabiam que, depois do que aconteceu, Silvério não voltaria. E mesmo que o fizesse, seria um homem morto, no entanto todos ficaram boquiabertos, quando o viram chegar. A priori, pensaram que ele estava ali para pegar as suas coisas até que ele se sentou, dando continuidade a seus serviços.







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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Poesia- Segundas Intenções

Eric do vale

Convertidas em segundos
são as horas contadas
que com o toque das mãos,
servem como porta de entrada
para segurar a sua cintura,nuca
e saciarmos toda a nossa sede.


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terça-feira, 22 de abril de 2014

Soneto- La Femme Fatale



Eric do Vale

Define-se, então, como pecaminoso
algo correspondente a charmoso
mas um pecado, certamente, seria,
se esse teu charme eu não apreciasse.

Quando vestida nestes curtos trajes,
é  na Jeniffer Lopez que eu te vejo
e dessa maneira, me vem o desejo
de situar-me na pele do Bocage.
 
O cruzar de suas pernas somado
com a persuasão desse seu olhar
se assentam nos pilares da sedução.

Derrama o flambar dessa chama
e catalisa essas minhas emoções
até as ultimas proporções. 


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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Artigo





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Conto- Elvis Não Morreu


Eric do Vale

Sem ter e nem pra quê, A Raposa E As Uvas, do Reginaldo Rossi, permeou no meu inconsciente de tal forma, que passei o dia cantarolando. Assim que deparei com uma foto de um casal dançando numa festa, instantaneamente tornei a cantar essa canção.  Formou-se uma roda em torno da pista de dança, onde, comedidamente, arriscávamos uns passos de funk, samba e sei lá o que mais. Elvis estava morto, mas acredito que no momento em que tocou Jaihouse Rock, ele, provavelmente, havia se levantado de sua tumba.
Encontrava-me, agora, no centro da pista, seguindo os passos do Rei do Rock. Um harém, ao meu redor, permitia-me o luxo de escolher quem eu quisesse. Apesar de uma loira haver declinado o convite, não me dei por vencido até que alguém aceitou a minha companhia. Logo, todos arranjaram seus pares e a roda foi desfeita. Com a moça que dançava comigo, eu, até então, não possuía nenhuma intimidade, conforme, futuramente, vim ter, mesmo a conhecendo em outras circunstâncias. Pelo que me constava, ela era casada. Outro motivo pelo qual não me cabia tomar nenhuma liberdade com a sua pessoa, apesar de ela  ser muito bonita. Uma pessoa conhecida do meu trabalho, no dia seguinte, aproximou-se de mim, e falou:
- Dá-lhe Elvis! Ontem você se superou, provando que o Elvis não morreu!
-Que nada.
-Não me venha, agora, com modéstia, porque eu te vi arrasando na pista de dança e quer saber mais?  Observei você todo derretido com aquela moça de vestido azul.  
Tentei disfarçar, mas o meu sorriso foi até as orelhas, quando me lembrei desse fato.  Assim que terminou a dança, eu me dispersei, mas não saí da pista até deparar com essa morena de vestido azul. Nunca a tinha visto antes, por aquelas bandas. Mesmo assim, eu me aproximei dela e,  quando dei por mim, estávamos dançando de rosto colado. Enquanto isso, no trabalho, alguém se aproximou dessa pessoa com quem eu conversava e falou:
-Você viu o desempenho dele, na festa?
- Era exatamente sobre isso que eu estava comentando, com ele. Tá vendo aí?Não foi só eu que prestei atenção, ontem, nos seus passos, Elvis Casanova!
A festa foi o assunto do dia. Na hora do almoço, não se falava de outra coisa. Também compartilhei dessa alegria, mas em silencio pensava naquela morena de azul.  Perdemos a noção da hora dançando de rosto colado. Cheguei em casa, mais de meia-noite, e nem dormi, contemplando o alvorecer.  Agora, aqui estou de frente para o computador vendo essa foto, dançando com ela e penso: “Eu era a raposa, você era as uvas e eu sempre querendo seu beijo roubar”.






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domingo, 20 de abril de 2014

Conto- Onde Andará O Vitório?

Eric do Vale


É batata chamar pelo Vitório, sempre que chego. Mesmo quando isso não acontece, lá vem ele para receber um carinho e se esparramar todo no chão. Oh bicho dengoso! Chamo por ele:
-Vitório!Vitório!
Ele não vem, insisto mais duas vezes e nada. Procuro nos cômodos até me convencer de que ele, provavelmente, está no telhado, significando de que só voltará, quando o dia raiar. Porém, no dia seguinte, ele não voltou, a farra deve ter sido grande!Mas ele vai ver só!Quando chegar, vamos ter uma longa conversinha, já chega!  Enquanto eu dou um duro danado, o Vitório passa o dia comendo e dormindo para, de noite, vadiar e fazer serenata para as suas gatinhas. Volto para a casa, chamo por ele e nada. Esse malandro deve estar dormindo. Procuro pelos cômodos, mas não o vejo. Insisto na busca, faltando virar o apartamento de ponta cabeça, e nada dele. Ah Vitório, onde foi que você se meteu?Não deixo de fazer essa pergunta, desde dia em que, sem mais nem menos, ele sumiu aqui de casa sem deixar vestígios. 
Como eu disse, ele deve ter saído pelo telhado, porém há uma segunda hipótese: o Vitório viu a porta aberta e resolveu ganhar o mundo, pois, quando filhote, ele chegou a fazer isso, mas graças a Deus um homem muito honesto o viu perambular pelas ruas, pegou-o e foi procurar o seu dono. Mas, é difícil saber, agora, o que realmente aconteceu. Seria muito fácil afirmar que a culpa foi da empregada, pois ela foi à única pessoa que estava aqui em casa, antes dele sumir misteriosamente. Seria muito fácil responsabilizarmos ela pelo sumiço dele, mas não seria justo acusar alguém assim sem nenhuma prova.  Quem sabe a minha mulher e eu também não tenhamos culpa no cartório? Nós o deixamos muito a vontade. Sem falar que, talvez, um de nós,quando fomos trabalhar, não tenhamos visto ele  sair também. Eu já não sei de mais nada.
Anoiteceu, e nada de ele voltar. Passaram-se dois, três dias até fazer uma semana!Ah Vitório!O que é que você foi arranjar? Acordo, de madrugada, bebo um copo d água e observo a janela, na esperança de vê-lo chegar. Os meus amigos até se mobilizaram nas redes sociais, elaborando campanha: “Ajude a encontrar o Vitório”. Mas, pelo jeito, é mais fácil achar uma agulha no palheiro. Bem que eu gostaria de crer em uma coisa boa, no entanto, nessas alturas, esse malandro deve ter fugido ou então...  Subiu para o telhado e... Não quero nem pensar!
Passados uns  trinta dias, a minha mulher conversando com uma moça, aqui do bairro, sobre o misterioso sumiço do nosso gato. Essa jovem, por sua vez, disse que, há cinco dias, um gato havia chegado à residência, onde ela trabalha, com as mesmas características do Vitório. Não é possível!Seria coincidência demais!Nessas circunstâncias, a minha esposa foi bater nessa casa a fim de tirar a duvida. Lá chegando, o viu muito magro, imundo e com os arranhões no rosto. Atualmente, a dona da casa o havia adotado com o nome de Haroldo. Assim que minha mulher o chamou por Vitório, ele pulou para o colo dela. Eu estava dormindo, quando ela disse:
-Acorda, Germano. Veja só quem está aqui!
Estava completamente extasiado com aquela cena, quando minha mulher me cutucou:
-Acorda, homem.
Levantei, tomei banho, troquei de roupa e fui tomar café pensando que já estávamos há um mês sem o Vitório, como foi que isso ocorreu? E aquele sonho... Por que minha mulher foi me acordar?  Não conseguia pensar em mais nada, quando vejo a minha mulher abrir a geladeira, pegar o leite, colocar no pires e dizer:
-Aqui Vitório!
E lá vem ele, bebe tudo e se deita de pernas para o ar.   




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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Poesia- O Poeta de Pedra



Eric do Vale


 Para João Cabral de Melo Neto


Debruçado sobre O Cão Sem Plumas,
a página aberta no verso
dedicado ao rio 
pelo seu próprio escultor
é declamado nas margens do Capibaribe.

Sem diferir dos demais,
esse verso é mais um
 sem nenhuma emoção
ou qualquer inspiração.

Maçã, pão, cadeira, manga
e tantos outros substantivos
possuem maior sentido poético
do que certos adjetivos.

Incrível como tal construtor
de versos concretos
 tido como cerebral
seja o mesmo autor
preocupado com a realidade social.

Em seu berço natal
estão inscritos o retirante,
o engenho, o sertão
e o canavial que descritos
se encontram na obra de João Cabral.




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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Poesia- O Ser Poético (Na Ótica de João Cabral de Melo Neto)


Eric do Vale

Coisas abstratas fundamentadas
em linguagem concreta,
de uma conversa para outra,
tantos versos resultaram
e me levaram a crer que
nem todo sentimento
colocado no papel é poesia,
como na filosofia nada está
esposado apenas no pensamento.
Então, qual é a serventia
do dia-a-dia,
visto que  nossa amizade é uma pura poesia?



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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Poesia- Catarse


    Eric do Vale

Um dilúvio de uma lagrima
é o alivio de um tormento
em que o pranto se torna
o principal sinal de manifestação
de um sentimento expressado
em qualquer momento. 



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terça-feira, 15 de abril de 2014

Poetrix- Caça(dor)


Eric do Vale

No lugar de caçador,
a caça parte para a caçada
na busca do seu caçador. 


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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Poesia-Na Realidade...



Eric do Vale



O fato é fruto
de um ato cuja
trajetória transita
na  memória em direção
a construção de uma historia

na qual prevalece
a versão oficial.



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domingo, 13 de abril de 2014

Poesia- Semana Santa



Eric do Vale

Semana santa
santa semana
uma semana santa
uma santa semana !

Orar
repousar,
sofrer
meditar,
morrer
ressuscitar
se beatificar
e santo
 tornar-se

Vida Nova!
Nova Vida!

Lavar a alma
lavação de pés
malhação do Judas.

Uma santa
Semana Santa!  




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Poesia- Na Espera


Eric do Vale

Espera-se que se espere algo
de alguém na esperança de
alguém esperar por algo .

Algo esperado por alguém
é esperado de alguém, mas ninguém
espera nada de ninguém. 


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Poesia- Próximo Assalto

      Eric do Vale

Lona! Aqui vou eu
a nocaute para beijar-te,
saboreando esse amargor
igual a dor física e moral.

Soado o gongo,
parto com um cruzado
e recebo um.

Lona!
1,2,3...
lá vamos nós
outra vez.  


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sábado, 12 de abril de 2014

Conto- Toda Família Tem...


                                                           Eric do Vale

“Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando.”
(Tô Voltando: Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro)

Pasmas ficaram, quando o viram chegar:
  Já? Perguntou a filha.
Eu fiquei gripado e o clima de lá não era tão agradável.
Pai, abre o jogo: sua irmã te botou pra correr.
Que conversa é essa?
É pai, ninguém te suporta.
Nada disso...
Visto que ele não daria o braço a torcer, a sua filha e esposa aceitaram a sua versão, sabendo que, um dia, a verdade viria à tona.
Colocado o telefone no gancho, comunicou aos seus familiares, marido e filhos, que o seu irmão viria, em fevereiro, para passar um mês com eles. Seu esposo comentou:
Até que enfim, vou conhecer o meu cunhado!
É.Dizia ela de uma maneira murcha.
Sem entender, os seus filhos questionaram:
Mãe, a senhora parece não estar feliz?
A expressão de descontentamento era visível em seu semblante e, com o passar dos meses, tornou-se crescente, percebendo que o seu irmão estava decidido a vir, não lhe restou outra saída, se não recebê-lo em sua casa.  O quarto dele já estava preparado, quando ele disse que preferia dormir na sala. Mesmo achando estranho, ninguém o contrariou.
No terceiro dia, todo mundo estava pedindo a Deus para que fosse embora.  Ninguém mais, naquela casa, tinha liberdade, porque ele havia monopolizado a televisão, o computador e o telefone. Sentava-se no sofá como se estivesse em sua própria moradia, espalhava as roupas pelos cômodos, falava alto, intrometia-se nas conversas alheias e mastigava de boca aberta, deixando a sua irmã horrorizada:
Até parece que não fomos educados da mesma maneira, porque você não tem um pingo de modos!
Pra completar, era chegado numa “branquinha”. Fosse qualquer hora do dia, lá estava ele no boteco, próximo de casa, tomando umas e outras. Há dez anos trabalhando para aquela família, a diarista desabafou com a sua patroa:
Se o seu irmão continuar, mais uns dias, aqui em casa, eu peço as minhas contas.
Sorte a dele, naquela sexta-feira, não estar presente, pois quando a sua irmã viu o colchão onde ele dormia todo mijado, teve vontade de matá-lo. Perto do meio dia, ele chegou encachaçado e deitou-se no sofá. A sua irmã foi enérgica:
Levanta daí e trate de ir tomar um banho, agora!
Dirigiu-se, cambaleante, para o banheiro, quando a sua irmã deu-lhe um ultimato:
E faça o favor de, hoje mesmo, antecipar a sua viagem!
De banho tomado, arrumou a mala e foi embora sem se despedir de ninguém. Enquanto isso, a sua mulher e filha desfrutavam das férias que haviam tirado dele.




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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Conto- Ponto Final


                   Eric do Vale

                             Ao encontro deles dirigiu-se Eliseu, que foi logo dizendo:
Ainda bem que vocês chegaram!
Eliseu Simões? _ Perguntou um dos homens.
Sou eu mesmo. Podemos ir?
Ele se deixou algemar e ser conduzido até a viatura, antes mesmo de receber voz de prisão. Todo mundo, naquele momento, deveria estar viajando ou cantando “Noite Feliz”, mas os jornais, no dia seguinte, noticiariam: “Homem Executa Família a Tiros, Durante A Ceia De Natal”.
A vizinhança haveria de lembrar-se das inúmeras vezes em que a policia foi acionada, em função das constantes brigas do casal e, provavelmente, diriam: “Eu sabia que isso terminaria assim.”.
Não era de hoje que Eliseu desconfiava da infidelidade de sua esposa. Ao flagrá-la conversando, as escondidas, no celular, ele foi até o quarto, pegou o seu revólver, carregou-o e retornou para a cozinha. Finalizada a ligação, colocou-se diante dela e não balbuciou nenhuma palavra, deixando-a aflita:
  O que você quer? _ Perguntou ela.
Ele permaneceu parado, sem dizer nada, impedindo a passagem dela, que gritou:
Me deixe em paz!
Você vai ficar em paz. _ Apontando a arma para ela.
Uma bala acertou o coração, antes mesmo que ela tivesse a chance de gritar por “socorro” ou pedir “clemência”. Após dar cabo na vida da sua esposa, Eliseu fez o mesmo como sogro, a sogra e o cunhado.
Um misto de frieza e serenidade transparecia em sua face, à proporção que o seu depoimento era tomado. Ciente de que, horas antes da ceia começar, os dois tiveram uma séria discussão, o delegado quis saber o motivo e Eliseu desabafou:
  É uma pergunta que eu não vou saber te responder, porque brigávamos por tudo, o tempo todo. Não me lembro de nenhuma vez, nesses dez anos, que tenhamos ficado sem brigar, pois isso fazia parte da nossa rotina.
Nunca pensaram em se separar?
Até que tentamos, mas não deu certo.
Por que não deu certo?
Outra pergunta que eu não vou saber te responder.
Possuidora de um temperamento hostil, ela estava sempre em atrito com os vizinhos, agredindo-os física e verbalmente, conforme registrados nos Boletins de Ocorrências. Até o seu marido abriu uma queixa contra ela, por ter esfaqueado o braço dele.
Constantemente, ela o humilhava, chamando-o de imprestável e desprezível sem se importar com a presença de terceiros, ao ponto de cuspir-lhe na face. Os familiares dela, por sua vez, intervinham em seu favor, deixando-o em uma posição vulnerável.
Consumado o assassinato, Eliseu tomou um cálice de vinho tinto, jantou e logo em seguida, discou para a policia:
Alô, gostaria de fazer uma denúncia.
Pois não.
Houve um crime, aqui na rua... Edifício... Número...
O que aconteceu?
Matei a minha mulher, meu sogro, minha sogra e o meu cunhado. Estou esperando por vocês na portaria, tenham boa noite e um FELIZ NATAL!




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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Poesia- Sob Pressão

Eric do Vale


Será possível que só se consiga estudar,
porque os seus pais ameaçam te castigar,
caso de ano você não conseguir passar?

Há precisão que o chefe ou patrão
faça pressão em te demitir  para
que assim, você possa melhor fluir?

Será possível que para entender
a melhor forma de proceder,
a polícia venha te prender?

Será possível?
Mas será possível!  



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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Poesia- 1º de Maio de 1994


Eric do Vale


Parecia mais um dia
e melhor seria,
se fosse
mais um dia.

Domingo,
feriado,
dia do trabalho.

Quem diria
que aquela vez
 haveria  de ser
a derradeira?

Ver o Senna
entrando em cena
seria, outra vez,
uma alegria,
 se não fosse
aquele dia.




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Soneto- Musa De Um Trovador

Eric do Vale

Se me fosse concedida a honraria
de atender pelo nome de Dirceu,
é bem certo que eu me deleitaria
no esmero deste mero versejar.

Invento de clamar por Marília
e simplifico esse meu decanto
entoando pelos quatro ventos
ser o mar que faltava na minha ilha.

Julgo não passar de uma miragem,
quando, tomado pela emoção, vejo
sua imagem projetada na constelação.

Nas palavras que me fogem, busco
assim encontrar o anseio que me
coloquem na altura desse trovar.



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