quinta-feira, 28 de maio de 2015

Poesia- Cavalo De Batalha

Eric do Vale


Futuramente, estes
vendavais aos quais
atravessamos deixarão
de ser bichos papões,
conforme, todos nós,
hoje, encaramos.







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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Poesia- Devaneios

Eric do Vale

Certifico-me despertando com
o despertar de um novo dia
de que assim ele será sem
Jamais pensar em perder a fé.
Assim é o início de um novo dia
ao qual sabiamente já sabia
Scarlett O´ Hara, dizendo que
o amanhã será um outro dia.





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terça-feira, 26 de maio de 2015

Poesia- Céu Nublado

Eric do Vale

A temperatura começa a esfriar,
na medida em que estes pingos
de chuva não cessam de respingar.
Logo, encontramos as devidas
condições para afugentar o frio,
mediante o calor das emoções.




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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Conto- Tirando De Tempo

Eric do Vale

- Me responda esta pergunta: como é possível alguém solicitar a “amizade” do seu próximo, mesmo não escondendo a apatia que sente por esse? Durante três anos, você sempre manifestou a sua ojeriza por mim, jamais ouvi da sua boca uma palavra elogiosa a meu respeito e toda vez que eu alcançava algum destaque, você não perdia a chance de expressar todo o seu sarcasmo apontando, sempre que necessário, algum defeito meu. Não faço ideia de onde surgiu essa aversão a minha pessoa, como também não compreendo a razão de você “requisitar a minha amizade”. No entanto, sou capaz de admitir que a “franqueza” sempre foi uma de suas virtudes, se é que posso definir isso como virtude. Visto que a franqueza é um adjetivo que, costumeiramente, é distorcida por aqueles que agridem o seu semelhante, seja de maneira física ou verbal. E se não me engano, você sempre fez questão demonstrar ser uma pessoa insociável, avessa a diálogos e, muitas vezes, dada a acessos de fúria. Digo isso, porque foi justamente você que se definiu como “uma pessoa de temperamento inconstante: ora de natureza tímida, outrora explosiva”, em uma rede social.  Nunca passou pela sua cabeça que os constrangimentos que você me causou também foram essenciais para o meu progresso? Daí, pergunto: o que você ganhou com isso? Pessoas do seu nível são dignas de duas coisas: pouco contato e muita distância. Tive certeza disso, logo que nos encontramos, por acaso, em um restaurante, muitos anos depois de termos deixado de ser colegiais. E mais uma vez, você não perdeu a chance de me ridicularizar. Algum tempo depois, me surpreendi quando, em uma antiga rede social, você me enviou uma “solicitação de amizade” e até escreveu um recado: “Quanto tempo, panaca”. Se, antes, eu tinha certeza de que era impossível estabelecer um vínculo com a sua pessoa, não tive mais dúvida, depois disso. Deletei o seu “recado” e, obviamente, recusei a sua requisição, no entanto bom censo não é para qualquer um! Agora, venho, novamente, me deparar com uma “solicitação de amizade” sua, mas em uma outra rede social. Considerando que eu nunca fiz nada de ruim para você, acredito que esse seu pedido visa apenas uma coisa: fazer de mim um saco de pancadas para os seus problemas, como havia feito em outra época. Se é isso, não conte comigo e assim como eu não tenho o menor interesse de saber da sua vida, acredito que você também pense da mesma forma, visto que nada do que eu faça seja do seu agrado.  Portanto, espero que esta seja a última vez que eu lhe dirija a palavra e que Deus permita que não nos “encontremos” mais.

-Descobriu a pólvora, imbecil? Nunca fui com a sua cara, e daí? E que negócio é esse de “se destacar”? Que mané destaque? Só se for em idiotice, isso sim você sempre se destacou. Por mim, nem te mandaria solicitação de amizade e melhor seria, se tivesse morrido. Sendo assim, vá se...   



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Conto- Virando A Mesa

Eric do Vale

“Se toda hora é hora
De dar decisão
Eu falo agora
No fundo eu julgo o mundo
Um fato consumado
E vou-me embora.”

(Djavan Fato: Consumado)   


É muito difícil entender como alguém procura o seu semelhante exigindo-lhe atenção e, logo em seguida, vira-lhe a face sem que haja um motivo concreto. Não vejo explicação para isso, se é que existe. Deus é testemunha do quanto tenho me esmerado em te ajudar, sendo tão compreensível com você. Eu entendo que, algumas vezes, queira ficar só, porque isso é um direito que lhe assisti, mas devo afirmar que, desta vez, você literalmente ultrapassou todos os limites! Assim que foi ao meu encontro e disse que não iria me incomodar mais, presumi que tivesse feito alguma coisa que te contrariasse. Nunca tivemos segredos e sempre gostei de resolver os meus problemas o mais breve possível, então te procurei para saber o que estava acontecendo e o que você fez? Desconversou. Insisti, mas você não quis abrir o jogo e me disse um “até breve”. Você me surpreendeu, sabia? E continua me surpreendendo! No entanto, eu deveria saber que, cedo ou tarde, não tardaria disso, novamente, acontecer. Eu me pergunto: qual de nós dois é o mais besta?  Com certeza, sou eu, porque caí na asneira de perguntar se tinha por habito fugir dos seus problemas e o que foi que você me respondeu? O seu argumento foi que eu só faço “perguntas difíceis”, ora essa! Ninguém aqui é criança, sobretudo você que persiste em agir feito uma! Para o seu governo, esse negócio de “perguntas difíceis” não passa de uma desculpa inventada por todos aqueles que tem o hábito de se recusarem a enfrentar a realidade, como é o seu caso. Mas se você se sente bem assim, quem sou eu para achar alguma coisa? Cada um sabe de si, portanto vá em frente e afinal de contas: “a porta da rua é a serventia da casa”. Antes de nos despedirmos, você me veio com outra justificativa tão piegas, quanto a anterior: “sou uma pessoa inconstante”. Estava demorando, mas aconteceu e quer saber? Você está me prestando um enorme favor, pois tendo assistido, sempre, a esse mesmo “filme” dou-me o direito de, agora mais do que nunca, mudar o script. Sou eu quem, nesse momento, te digo “tchau”. Por que não? Já devia ter feito isso, há muito tempo. Nessas condições, acho mais apropriado dizer “tchau” do que um “até um outro dia”.   Nem eu e nem ninguém temos a obrigação de servir de alvo para os seus recalques, por isso é que existem terapeutas, gurus e pais de santo, como melhor lhe convir. Sei que estou gastando o meu vocabulário à toa, mas não tenho feito, nesta vida, outra coisa, senão dizer “Amém” para tudo e a todos. Portanto, siga em paz o seu caminho. 





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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Conto- Pá De Areia

Eric do Vale

Ao flagrá-lo me depreciando, tive vontade de perguntar-lhe: “O que foi que eu te fiz? Por que esta aversão a mim?”. Que eu me lembre, ele jamais me deu um elogio, nem mesmo quando tirava dez na escola. Chegava em casa com o boletim na mão, louco para mostrar-lhe o meu excelente desempenho e ele nem aí. Vez ou outra, ele me parabenizava, mas de uma forma muito seca. Preocupado, eu perguntava:  
-Não está feliz?
-Você não fez mais que a sua obrigação.
Também não me recordo dele ter me dado uma bronca ou encostado a mão em mim. Caso isso acontecesse, eu lhe seria muito grato. Quando adolescente, ascendi um cigarro na presença dele só para chamar a atenção, mas ele nem deu importância.
 Para ele só havia uma pessoa no mundo: mamãe. Quando ela morreu, lembro dele ter dito várias vezes:
-Não é justo! Deus poderia ter levado o meu filho, mas ela não.
Nunca entendi a relação dos dois. Mesmo amando-a, ele fazia das suas: farreava, bebia e arranjava uma outra. Ela ficava sabendo, pois ele nunca fez questão de ser discreto. Mamãe nunca o recriminou e eu terminava servindo de saco de pancadas para os seus recalques dela.
Enquanto ele me tratava com desprezo, ela sempre me criticava, pois nada do que eu fazia a agradava. Quando manifestei o desejo de me tornar médico, mamãe armou um tremendo escarcéu, porque queria que eu seguisse carreira militar ou cursasse Direito e, posteriormente, me tornasse um diplomata ou magistrado. No entanto, nenhuma dessas profissões me agradavam e não havia ninguém que me fizesse desistir do meu sonho, muito menos eles.
Tive muito peito para sair de casa, mesmo ciente de que aquela atitude me custaria muito caro. Banquei os meus estudos com o maior sacrifício até ser recompensado. Apesar dos pesares, fiz questão de que estivessem presentes na minha formatura, mas nenhum dos dois compareceram
Quando mamãe faleceu, procurei reatar o contato com ele e apresentei-lhe a minha esposa, porém a relação era a mesma. A minha ex-mulher ficava abismada com aquilo e me perguntava como eu conseguia nutrir algum sentimento por ele. Acho que somente Freud conseguiria explicar.
Assim que iniciei o namoro com a minha atual esposa, decidimos, ela e eu, promover um jantar no qual estariam presentes os pais dela e ele, é claro. Visto que todos nós já nos conhecíamos de longa data, estávamos certos de que todos aprovariam o nosso namoro.
A minha, até então, namorada, chegou no meu apartamento, poucas horas antes do jantar, dizendo que ele esteve com os pais dela e falou tudo sobre mim.  A priori, pensei: “Puxa, pelo menos ele reconheceu o meu valor! Antes tarde do que nunca”, mas quando ela me contou os fatos concretos, não acreditei. Por que ele fez isso?   Logo ele, que sempre me ignorou e nunca abriu a boca para falar nada, de bom e nem de ruim, a meu respeito!
Naquelas condições, ela e eu saímos para desopilar e fomos a um bar próximo do meu apartamento, quando o avistei conversando com um suposto amigo. Depois do que ocorreu, era obvio que não iriamos chamá-lo para sentar-se conosco. Mesmo assim, fiz questão de ir cumprimentá-lo e assim que me aproximei dele, ouvi a conversa dele:
- Recentemente, meu filho se separou da mulher, sabe por quê?  Porque não tinha capacidade de administrar um casamento. É verdade, ele nunca teve serventia para coisa nenhuma. Acho até que ele não seja médico e é bem capaz dele ter forjado o diploma, mas se for verdade, tenho certeza de que não seja tão competente. Sabe por quê? Porque é um imprestável!
-Por que o senhor não diz isso na minha frente? _ Perguntei de supetão.

Ele quase caiu da cadeira, quando me viu. Sem dizer nada, despediu-se do amigo dele, colocou o dinheiro da conta sobre a mesa e levantou-se. Ele estava tão desnorteado que ao sair do restaurante, nem viu a poça de lama.  




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Conto- Gratificação

Eric do Vale

Neste patamar ao qual me situo e, orgulhosamente, contemplo tão bela imagem que são todos vocês me prestigiando, dou-me ao direito de perguntar: por que eu? Essa indagação permeou no meu inconsciente, a partir do momento em que aceitei o convite de vocês para regressar neste recinto. Por esse motivo, tenho plena convicção de que todos, aqui presentes, saberão me responder. Por que eu? Ninguém vai dizer nada? Por favor, falem alguma coisa! Creio que não há precisão de refrescar a memória de todos vocês ou será que eu me enganei? Acho pouco provável ninguém recorde de um fato ocorrido, em um tempo não muito distante, nesse local, onde, no presente momento, todos nós estamos. E então, lembraram? Deveras, custo a acreditar que ninguém possua uma memória tão boa para recordar tal ocorrido! Todavia, eu me lembro perfeitamente e gostaria de lembrá-los a unanimidade de todos vocês, quando hostilizaram aquela pessoa apontando-lhe, de uma maneira não muito cortes, o “caminho da porta” para, futuramente, requisitarem o seu regresso. Diferente daqueles que batem, quem apanha jamais esquece! Senhoras e senhoras, tenho a honra de dizer-lhes que cada vez que me lembro disso, o meu sorriso chega até as orelhas. Especialmente, agora. Não sei explicar se a presente sensação remete a um quê de ironia ou gratificação, no entanto ninguém respondeu a minha pergunta:  por que eu?




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Conto- Aula De Sociologia


 Eric do Vale


Não invejo ninguém que seja psicólogo, porque, no meu entender, estudar os problemas alheios é algo extremamente complexo. Mesmo assim, eu me pergunto: qual é a desse cara?  No primeiro dia de aula, ele falou que lutava jiu-jitsu e vale tudo, chegando até a disputar campeonatos nacionais e estrangeiros. Dizia para quem quisesse ouvir que era tão bom na lábia quanto no braço e, durante as aulas, expressava as suas opiniões demonstrando um aspecto zombeteiro somado a um quê de volúpia, ficando evidente que a sua pretensão era sempre contrapor com os pensamentos dos professores e de seus colegas de sala.
Suas opiniões, muitas vezes, eram tão incoerentes, que ele merecia ser taxado de discípulo do Lobão. Quando terminava de fazer suas colocações, era comum ouvir alguém murmurar: “Oh cara chato! Só fala besteira!”. Não era uma e nem duas pessoas que faziam isso, mas sim a classe toda, inclusive eu. Acho até que os professores também pensavam assim. E sendo um declarado e ferrenho opositor do Partido dos Trabalhadores, gostava de atritar com a professora de sociologia, pois essa nunca escondeu a sua simpatia pela causa esquerdista.
Para ser honesto, eu também não morro de amores pelo PT e nem pelo PSDB. Especialmente, esse último. Parto da tese de que “todos os políticos são farinha do mesmo saco” e ao contrário desse “camarada”, eu respeito todos aqueles que tenham as suas convicções ideológicas definidas.
Confesso que, de uns tempos para cá, comecei a criar gosto pela sociologia, pois percebi a importância dela para o nosso cotidiano. E por falar nisso, a professora dessa cadeira, dia desses, me fez um desabafo, assim que a aula terminou:
- Se você souber a quantidade de alunos que eu tenho que lidar, não é brincadeira! Veja você que, ontem, um aluno do semestre anterior me perguntou o seguinte: “Professora, por que a gente tem que ser obrigado a assistir esta sua aula?”. Apresentei-lhe as devidas razões, mas sabe o que foi que ele me respondeu?
- O que foi que ele disse?
- “Sabe de uma coisa, eu acho esse debate que a senhora promove é uma grande babaquice, pois não tem nada para me acrescentar.”
            Quando saí do trabalho, fui para a casa e a minha cabeça estava para explodir. Por mim, nem iria, hoje, para a aula, no entanto tinha um seminário para apresentar. O pior é que eu não estudei coisa nenhuma. Que droga! Tomei um analgésico e mesmo assim, resolvi ir para a faculdade.     
Lá chegando, passei a vista no conteúdo e assim que a professora entrou na sala, pediu para que fizéssemos um círculo.   Fiquei incumbido de debater sobre o “jeitinho brasileiro” e mal comecei a falar, ele tomou a palavra:
            - Não tem ninguém aqui, nesta sala, que seja honesto. Todo mundo é corrupto. Você, você, você e você. _ Apontando aleatoriamente.
E continuou:
- Duvido que se alguém aqui tiver um filho doente não vai “dar um jeitinho” para ser atendido logo. Por isso, eu digo e repito: todo mundo é corrupto! _ Alterando a voz.
Depositei toda a minha força sobre a mesa e, em seguida, me levantei da cadeira em direção ao lugar onde ele estava. A professora não cessava de pedir calma, enquanto os demais não sabiam o que fazer.   Todos acreditavam que, naquele momento, a sala se transformaria em um saloon.
Com o dedo em riste, eu trovejei:
-Escuta aqui, o que você está pensado da vida? Você pensa que é quem? Por um acaso, você é pai? Não, não é! Você nem sabe o que é isso!
A professora estava à beira de ter um colapso, então voltei para o meu lugar e dei continuidade a apresentação. 
     







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Conto- Cartada Final


Eric do Vale

"Ah, se eu soubesse lhe dizer
O que fazer pra todo mundo ficar junto
Todo mundo já estava há muito tempo."
(Petróleo do Futuro: Renato Russo &Dado Villa- Lobos)


-Olá!
-O que está fazendo?
-Nada.
-Logo vi.
-O que foi?
-Ontem, eu percebi que fazemos parte de mundos diferentes. Você tem os seus objetivos e deve ir em busca deles, razão pela qual te admiro muito e por isso, vou tentar me afastar aos poucos.
- Mas, eu te disse...
- Sem problemas, não estou te cobrando nada. Portanto, até mais. 
- Até mais coisa nenhuma! Espere aí.
- Não force a barra, por favor. Vai ser melhor assim.
- Que história é essa de que "fazemos parte de mundos diferentes"? Sabe o que eu acho?
- Não sei e nem quero saber. 
- Mas, vai saber. Vai saber_ Segurando-lhe o braço.
- Você não vai...
- Vou sim. Você não me disse tudo?  Agora, é a minha vez: ontem, eu te falei que não iria dar certo de nos vermos e havia dito isso, dias antes. Por isso, propus de nos vermos em outra ocasião e você até ficou de pensar.  
- Eu já pensei, não vai ter próxima vez.
- Por que?
-Porque não. Com licença.
- Eu ainda não terminei. 
- Mas, eu não quero ouvir.
- Mas, vai ouvir! _ Alterando a voz segurando-lhe o braço com toda força.
- Está bem, mas solte o meu braço.
-Prometo que serei breve.
-Acho bom.
-Desde já, me desculpe pela minha indelicadeza.
-Tá bom.
-Tenho plena convicção de estar, o tempo todo, jogando limpo com você e assim, venho fazendo. Mas, pelo jeito, você deve ter alguma dificuldade em ouvir “não”.  É isso, bastou eu dizer “não” para o tempo fechar para você. Acho que esse seja o seu problema. 
- Virou analista?
- Bem que eu gostaria de ser e tenho certeza de que Freud adoraria estudar o seu caso! Apesar de ter exposto os motivos que impossibilitavam de nos encontrarmos, você ainda fez questão de enviar uma mensagem dizendo: "Partiu cinema". Quantos anos você tem?
- Não é da sua conta.
- Pelo jeito, você não teve infância e nem adolescência. Minto, teve sim, mas não deve ter se tocado de que os tempos mudaram. 
- Sermão não, por favor. _ Saindo.
- Ainda não terminei. _ Segurando-lhe o braço.
- É até certo que apresentamos pontos de vistas diferentes, mas isso não significa que " sejamos de mundos diferentes". De onde você tirou isso? Lembre-se de que, algumas vezes, eu te chamei para sair e você declinou o meu convite alegando receio, fora outras desculpas. Ao contrário de você, eu respeitei a sua vontade. 
- Mas, eu não sou você. 
- E onde está o seu bom censo? Sem falar na sua alternância de humor: só nesta semana, eu observei o seu comportamento comigo. Francamente, eu não entendo? Isso só prova que você é nada mais e nada menos do que um ser humano. Sabe por quê? Porque é isso que todo mundo faz: tirar conclusões precipitadas. Além
desta sua insegurança. Sempre que te convidei para sair, você alegava “ter medo”.
 -  Não vou mentir que ainda sinto medo.
- Medo de quê?
- Medo.
- Mal começamos e você já está com medo?
- Quem sabe, não seja melhor assim?
- Realmente, você não difere de nenhum outro mortal que na primeira rebordose, decide entregar os pontos. Eu te aconselho a ter muito cuidado e se é desse jeito que você se sente melhor, espero que tal atitude tenha sido bem pensada.
- Terminou?
- Sim.
- Tchau. _ Saindo.
- Espere.
-O que foi?
- Nada.
- Então, tchau.
- Mas...




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Conto- De Olho No Lance

Eric do Vale

“Esse é o nosso mundo
O que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance.”
(Teatro Dos Vampiros- Renato Russo, Dado Villa- Lobos e Marcelo Bonfá)

Acompanhado de dois amigos, um homem e uma mulher, ele nem olhou para mim ou, talvez, fingiu que não me viu. Eu também estava acompanhada, portanto não tinha nenhuma razão para, naquele momento, nos aproximarmos até eu chegar em casa e teclar com ele:
-Oi.
-Oi. Quem é?
-Você escreveu para mim, lá no bar.
-Sim, escrevi sim. Eu me chamo Rômulo, Rômulo Martins. E o seu?
-Kátia.
As informações dele eram verdadeiras, como, dias depois, pude constatar: Rômulo Martins, dono de uma das mais renomadas agências de publicidade do país.
Uma mesa apenas nos separavam. Ele devia ter uns 34, 35 anos, por aí. Pelo pouco que observei, era um homem sério e quase nunca saia daquela mesa, a não ser para ir ao banheiro. Procurei saber porque ele não tinha ido a nossa mesa e a resposta foi:
-Tinha que saber se havia abertura. Como poderia chegar chegando?
- Todo homem tem que ter cara de pau.
-Certo, eu poderia ir até onde você estava, mas imagina: um cara chegando do nada e te abordando assim, sem mais nem menos. Além do mais, você estava com a sua amiga.    
Fazia sentido. Nem a minha amiga e eu, provavelmente, não nos sentiríamos a vontade, se um homem se aproximasse de nós assim, de repente.  Eu, certamente, não gostaria e diria: “Sou casada” e faria questão de mostrar a minha aliança. Quanto a minha amiga, não sei. Conhecendo-a como eu a conheço, tenho certeza de que ela não saberia o que fazer, por ser muito tímida.
O meu marido estava viajando e as crianças foram para a casa da avó, restando-me sair um pouco para desopilar. Optei em ir a um bar muito badalado e chamei essa minha amiga. Até fiquei admirada de ter aceitado, porque ela não sai de casa para nada; Passando o dia naquele hospital, auxiliando os médicos e só chega em casa, onde mora sozinha, para dormir.
Durante muito tempo, ela namorou um cara e chegou até a noivar dele. O Evandro poderia ser considerado o genro que toda sogra gostaria de ter, mas, infelizmente, príncipe encantado só existe nos livros dos contos de fadas! Faltando pouco para se casarem, ele começou a mudar de comportamento arranjando sempre um pretexto para se distanciar dela. Ela, no entanto, só se certificou de que estava sendo enganada, quando, sem querer, leu uma mensagem do celular dele dizendo: “Você me pega hoje á noite na minha casa?”.
Na mensagem só constava o número e ela até pensou em ligar para tirar satisfação, porém desistiu da ideia. E ao encontrar Evandro, chamou-o para jantar, mas esse falou que estava indisposto. Por volta das vinte e uma horas, ela telefonou-lhe para saber se havia melhorado e ele respondeu:
-Sim, tomei um remédio e agora, estou deitado.
            Na verdade, Evandro estava estacionado em frente ao prédio da pessoa com quem havia marcado o encontro sem fazer ideia de que a sua noiva o observava, há alguns metros de distância. A minha amiga viu quando um homem saiu do prédio e entrou no carro dele e mesmo sem entender nada, resolveu segui-los. A caçada só chegou ao fim, quando o carro dele estacionou e os dois saíram em direção a um bar “especifico”. Depois disso, ela nunca mais se apegou a ninguém. Talvez tenha tido um ou outro relacionamento, mas acredito que não foram duradouros.
            Estávamos sentadas observando o movimento do bar e jogando conversa fora, quando um garçom chegou perto de nós trazendo um papel e disse para a minha amiga:
-Aquele homem ali, da mesa da frente, mandou entregar para você.
Ela leu, mas nem ligou e antes que o rasgasse, pedi para ler. Estava escrito: “Gostaria muito de te conhecer. Qualquer coisa, o meu telefone é....”. Eu não sei o que essa minha amiga tem na cabeça! Ninguém é capaz de se fechar para o amor, por tanto tempo, como vinha fazendo! Logo ela, é uma mulher bonita e atraente, capaz de ter todos os homens aos seus pés! E já que ela não deu tanta importância, eu me importei. Duvido que mulher alguma dispensaria alguém daquele naipe: bonitão e charmoso. Sem falar no gesto que ele teve de mandar um bilhete. Considerando o ambiente e a época em que vivemos, qual homem, hoje em dia, faria uma coisa dessa? Se fosse comigo, diria: “Garçom, diga a ele para vir sentar-se conosco”.
Como eu não queria passar a noite sozinha, convidei a minha amiga para me fazer companhia e assim que chegamos, teclei com ele que, rapidamente, me respondeu e então eu falei:

-Kátia, aquele homem do bar está aqui conversando comigo! 


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terça-feira, 19 de maio de 2015

Poesia- Sentença

                      Eric do Vale

O tempo apaga tudo
aquilo que se paga
um tempo a pagar
para o tempo apagar.





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Poesia- Esperando O Futuro

Eric do Vale

Nenhum sinal do futuro
e aqui, você e eu, estamos
ansiosamente esperando
por ele que custa a chegar.
Mais fácil seria vivenciarmos  
este momento presente
e enquanto o futuro
não chega, que tal
vivermos intensamente
este tempo presente? 




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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Poesia- Singular

        Eric do Vale

Nestes bilhetes versejados,
encontram-se depositados
todos os sentimentos que
não tardarão para, logo mais,
serem trocados, quando um
precípuo momento for iniciado.

  


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sábado, 16 de maio de 2015

Poesia- To Be Alone

Eric do Vale 


Estar só não é razão para se desesperar,
porque sozinhos chegamos e, algum dia,
todos nós sozinhos iremos e uma vez que
se encontre em paz consigo, jamais fará
de alguém uma pessoa totalmente solitária.


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Poesia-Intervalo

  Eric do Vale

Distante estamos,
no mesmo instante
que nos encontramos
e essa mesma distância
é meramente um detalhe
para impulsionar a vontade
de unir estas duas almas
que distanciados estavam. 



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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Poesia- Desfecho



            Eric do Vale

Bem sabido é que todo o fim
torna-se resultante de tudo aquilo
que principiamos e mesmo assim,
custamos ou recusamos a acreditar
que, um dia, ele chega ou chegará.
e uma vez tendo chegado, só há
uma coisa a ser feita: iniciarmos.



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Poesia- Obrigado, Deus


      Eric do Vale

Deus é brasileiro?
Não saberei responder,
mas te direi que grato
a ele nunca deixarei
de ser , porque me
concedeu a graça
de conhecer esta
maravilha que é você.




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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Poesia- A Nova Lei Da Física

      Eric do Vale

Se os opostos se atraem,
os semelhantes também
podem ser atraídos
comprovarem que para
toda uma regra sempre
haverá alguma exceção.


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