Eu não tinha a menor obrigação de ajudá-lo
e mesmo assim, o fiz. Por quê? A única justificativa plausível
que encontrei foi esta: tenho um coração mole. Quando vi que ele tinha colado
tudo da internet sem se dar ao trabalho de mudar a fonte e ler o conteúdo,
pensei “Se ele entregar desse jeito... Não quero nem pensar nisso!”.
-Você não vai precisar
trabalhar muito, só umas coisinhas bobas que eu colei da internet. _ Disse ele.
Lembrei-me dessas
palavras, no instante em que me deparei com o trabalho dele: Pensei: “Algumas
coisinhas? Ele está brincando com fogo!”.
Custo, a acreditar que esse indivíduo
não tenha pesquisado na apostila que eu havia lhe emprestado, no início desse
semestre, em que destaquei todos os tópicos importantes Bastava apenas um mínimo
de boa vontade!
Uma vez, apresentamos um seminário juntos
e ele sequer disse uma palavra.
-Como o seu colega falou muito,
queria ouvir a sua opinião. _ Falou o professor para ele, após a apresentação.
A medida em que ia enrolando, o
professor lhe bombardeava de perguntas. Pensei que, naquele momento, tudo fosse
por água abaixo. Após a aula, eu disse para ele:
-Tome jeito, homem!
Ao digitar esse trabalho, encaminhei
para o e-mail dele e pensei: “Eu vou para o céu!”. Em seguida, telefonei-lhe:
-Terminei. Aconselho a dar uma lida,
antes de entrega-lo.
-Não vai ser necessário.
-Por quê?
-É só entregar e pronto. Desde já,
muito obrigado.
-De nada.
-Você não sabe como nós lhes somos
gratos.
-Nós?
-O trabalho era em grupo, composto
por cinco pessoas.
Filho de uma égua!