Eric do Vale
Dúvida nenhuma eu teria
de que o poeta dos escravos
não iria perder a chance
de um poema conceber para
celebrar a abolição da escravatura.
Como não me chamo Castro Alves
e não tenho nenhuma ambição
de me tornar o trovador do 13 de maio,
resta-me, então, a sua áurea decantar.
Estou ciente de que não pertence
a nenhuma realeza, assim mesmo
eu não encontro nenhum percalço
que me permita coroá-la princesa.
E se tudo em demasia é veneno,
envenenado estou, pois perdi
a conta das vezes em
que eu
clamei para ti todo o meu afeto.
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