quinta-feira, 23 de maio de 2013

Crônica - Um Dia Após O Outro



  Eric do Vale



É sabido que a realidade não equivale aos filmes a que estamos acostumados a assistir na Sessão da Tarde ou em qualquer outra programação televisiva, mas é fato as vitimas de bullyng, futuramente, realizarem-se no âmbito da vida e os seus algozes perecerem na mediocridade.

Alguém no trabalho ou no colégio, amiúde, é hostilizado por um seleto grupo, porque “não se enquadra nos padrões comportamentais”. Uma vez colocada à margem da “sociedade”, esta pessoa adquire forças para prosseguir na sua trajetória, enfrentando os percalços que lhe são revelados até atingir seus objetivos.

Albert Einstein, Thomas Edson, Abraham Lincoln e Ruy Barbosa figuram na lista de pessoas que, previamente, foram subestimadas pelos seus semelhantes, por isso torna-se curioso pensar na reação de um praticante de bullyng, ao ver a sua “vítima” no pedestal, sabendo que o seu achincalhamento serviu de combustível para o progresso daquele individuo.

Classificado como um país sedento de lei, o Poder Judiciário, ultimamente, vem-se empenhando no compromisso de honrar um dos pontos primordiais da nossa Constituição: o repúdio ao racismo, permitindo, de forma gradual, que os nossos patrícios aprendam o sentido concreto da palavra “respeito”.

Compete aos educadores e, sobretudo, aos pais a tarefa de, doravante, orientar os seus pupilos, exemplificando algumas pessoas ilustres, como os citados no terceiro parágrafo, que passaram por esse tipo de constrangimento e mostrando-lhes que os malefícios aos quais estes foram submetidos  só trouxeram prejuízos aos seus agressores.   

Certamente, uma parcela dos leitores hão de considerar as ideias esposadas neste artigo como uma mera demagogia. Como é possível conceituar de demagógico, visto que, atualmente, toda e qualquer temática remetente ao bullyng vem sendo debatida com o aval da justiça?



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terça-feira, 21 de maio de 2013

Crônica - Os Melhores Anos de Nossas Vidas (Como Era Verde o Meu Vale)



                                                                                            Eric do Vale





A ideia de “tomar emprestado” o nome de dois clássicos da sétima arte para o título desta crônica surgiu, na medida em que fui a redigindo e estou certo de que o leitor há de compreender.

Graças a Deus que vivemos a era da Internet. As redes sociais, por exemplo, desempenham um importante papel reaproximando pessoas que, pelas mais variadas razões, encontravam-se distantes. Dia desses, reencontrei um colega nos tempos da segunda série. Fazia quase vinte anos que não nos víamos e foi assim também com o pessoal do colégio Santo Inácio, onde estudei da oitava até o terceiro ano. Três anos de convivência e muita historia para contar!

 Lembro-me de que um desses colegas, digo uma colega, postou um recado: “Releve as implicâncias do colégio Eric; adorávamos tirar onda com você! Beijão, bem-vindo.". Não sei por que ela disse aquilo. Será que ela pensa que eu sou rancoroso? Sorte que ela estava online, pois pude ter a oportunidade para recordamos alguns fatos engraçados, falamos de algumas pessoas e aproveitei o momento para dizer que não tinha nenhuma mágoa dela ou de qualquer outro companheiro de classe. Dentre muitos assuntos, fui informado de que um de nossos colegas havia morrido, acerca de um ano, em um acidente de carro. Encerrada a conversa, pensei nesse nosso colega e custou-me muito aceitar aquilo. Não éramos tão próximos e há muito tempo não tínhamos contato, porém foram dois anos de convivência!Lembrei-me de algumas brincadeiras suas comigo e concluí: “Meu Deus do Céu! Como pode uma coisa dessas?”.Todos nós sabemos que  nem tudo são flores, nada é para sempre e que a vida, muitas vezes, tem esse “hábito” de pregar peças na gente, mas só temos a noção disso de uma forma mais didática e impactante.

Ao mesmo tempo em que eu me lembrava dele, pensei na frase que a minha colega postou no meu facebock: “Releve as implicâncias do colégio Eric; adorávamos tirar onda com você! Beijão, bem-vindo.". Isso fez que eu elaborasse uma profunda reflexão sobre aqueles tempos.

Os momentos mais gratificantes na vida de um colegial são o primeiro e o ultimo dia de aula. Na verdade, o meu ultimo dia de aula foi à cerimônia de despedida dos alunos do terceiro ano. Todos estavam presentes naquela ocasião: professores, alunos, funcionários e familiares. Apesar de ser um momento glorioso, aquilo apresentava um quê de tristeza, porque não era fácil para muitos de nós, depois de muitos anos de convivência, saber que, inevitavelmente, aquilo acarretaria uma dispersão geral. Nos dias que antecederam a nossa “despedida”, comumente eu me perguntava: “E agora?”. Contudo, confortava-me saber que todos nós estávamos encerrando uma etapa em busca de nossas prosperas realizações.


Uma missa foi celebrada, alternando-se com discursos e brincadeiras. Nos momentos finais, houve a entrega de placas aos alunos que por mais tempo estudaram naquele colégio. Por ultimo, foi concedida uma medalha ao melhor aluno, aquele que era benquisto por todos e, quando anunciaram o meu nome, não acreditei. Para mim, aquilo foi uma redenção, porque, durante os meus anos de vida estudantil, esforçar-me para tornar-me um bom aluno, apesar dos empecilhos. Em dados momentos, fui um bom aluno, outrora um medíocre; fui o bem comportado; às vezes um bagunceiro e sem contar que já cheguei a sofrer bullyng. Entretanto, sempre fui muito comunicativo, possibilitando-me uma boa relação com todas as “tribos” de todas as instituições educacionais.

Ao fazer um balanço desse contexto, afirmo que a escola, de uma forma geral, foi o meu primeiro contato com a vida. Entre altos e baixos, o fundamental é prosseguir no seu percurso sem importar-se com as virtudes e defeitos. Logo que comecei a transcrever este texto, as lembranças desta época passaram pela minha memória, fazendo-me entender que há momentos que, no final, terminamos rindo de tudo e só então nos damos conta de que tudo passou.






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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Conto - Sem Sentido



                                                                                         Eric do Vale


Trajada de negro e com as orelhas sortidas de alfinetes, ao meu encontro, aquela figura veio, quando eu me direcionava rumo ao ponto de ônibus. Embora ele me parecesse familiar, optei em não encará-lo, porque receei de que pensasse que eu estivesse fazendo caso de sua esdrúxula aparência. Certifiquei-me de que estava certo, quando ele mencionou o meu nome e perguntou:
-Não se lembra de mim?

Antes que eu me manifestasse, ele identificou-se e tamanha foi a minha surpresa, que, por meio de um dialogo, dissimulei:
-Quanto tempo! E aí, o que você está fazendo da vida?
-Artes plásticas.
-Sério? Lembro que você desenhava bem pra caramba!
-E você, continua escrevendo?
-Agora, mais do que nunca. Sou graduado em jornalismo.

Não estou bem certo se a conversa teve prosseguimento, mas recordo-me de que segui o meu caminho, após nos despedimos, em direção a parada, onde aguardei o ônibus extasiado: “Deixa o pessoal saber disso! Ninguém vai acreditar, mesmo assim eles precisam saber!”.

Ele jamais havia dirigido uma palavra a mim e aos demais colegas de classe no período em que estudamos juntos. Durante dois anos, ninguém nunca o ouviu desejar “Bom dia!” ou responder “Presente” na hora da chamada. Sentava-se próximo a porta, encostado na parede, e não se levantava para nada. Comumente, folheava uma revista em quadrinhos ou passava o tempo desenhando qualquer coisa. Enquanto confabulávamos na hora do intervalo, ele mantinha-se alheio a tudo e a todos.  Tentamos fazê-lo entrosar-se conosco, porém a sua recalcitrância superava as nossas boas intenções.
Fomos, um dia, requisitados a ficarmos de pé, para cantar o Hino Nacional. 
Sentado ele estava e sentado permaneceu até o fim da solenidade. Visando repreendê-lo, o professor questionou:
-Por que você não se levantou? Você não é brasileiro?
 A sua resposta, como de praxe, foi o seu silêncio.

No ultimo ano letivo, alguém suscitou a possibilidade de ele tornar-se o orador de nossa formatura. É obvio que ninguém levou a sério, tão pouco o seu idealizador, que profetizou:
-O dia em que ele falar, todo mundo vai ficar perplexo.
 Mesmo concordando, todos nós sabíamos que isso jamais aconteceria e como, de fato, não aconteceu. Só não contava que, passados muitos anos, tal afirmação surtisse efeito.





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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Conto -Decurso Do Tempo




                                                                                Eric do Vale
                                                                                                       
                                                         
Desencadeou-se um inexplicável sentimento, logo que me convenci a trocar de óculos. Comparado aos demais, esses apresentaram maior longevidade, sete anos! Um devaneio? Talvez. A sua “aposentadoria” simbolizou o epílogo dessa história, além do desfecho daquela semana.
O ser humano, segundo um psicanalista, é como Papai Noel, no sentido de haver a necessidade de “esvaziar o saco”, após o acúmulo de experiências adquiridas ao longo de sua existência.
Sabe aquelas pessoas que possuem o “hábito” de elaborarem perguntas desconcertantes?  Decidi procurar uma dessas figuras, porque já estava saturado de esquivar-me delas. Ponderei muito sobre o modo de fazer a abordagem, mesmo convicto em colocar as cartas na mesa.
Fui ao seu encontro, numa tarde de uma segunda-feira, e, depois dos cumprimentos, falei:
-Há uma coisa de que eu estou curioso...
-Pode perguntar.
Parti para o ataque, visto que não tinha como recuar:
-Por que é que, durante os nossos diálogos, você insiste em me fazer perguntas que só interessam a mim?
Sem saber o que responder, desculpou-se e prometeu não perguntar mais nada.
A minha sensação, naquele momento, foi a de haver vencido uma briga sem me ter dado ao trabalho de erguer o punho. Estou certo de que não serei mais importunado com as suas “perguntas”.
No dia seguinte, para a minha surpresa, revi alguém com quem não mantinha um vínculo, desde o dia em que tivemos uma séria e boba discussão. Desconheço, até hoje, a razão desse ocorrido.
Sei que fui o causador e fiquei muito mal com isso, porque aconteceu com uma pessoa que sempre quis o meu bem. Tal incidente, no entanto, permitiu com que eu revisse a minha atitude para que, no futuro, pudesse me tornar uma pessoa mais flexível e tolerante com o próximo.
Não era de hoje que eu nutria a vontade de procurá-la a fim de dialogarmos e, se possível, esclarecer esse entrevero. Arrisquei, embora estivesse receoso.
Duradoura foi a conversa e entusiasmando, comentei:
- Não sabe o quanto eu fico feliz de, agora, está aqui falando com você!
-É? Você parece mais sereno!
Desabafei, apesar de envergonhado:
- Foi um grande tropeço, mas que me ensinou muito! Se pudesse voltar no tempo...
-Relaxa, já passou!
Como foi tão bom ter ouvido aquilo!
Final de expediente e véspera de sexta-feira.  Refleti muito nestes êxitos por mim alcançados na mesma semana e, em menos de vinte e quatro horas, quando enxuguei as lentes dos óculos.
Estava convicto de que aquilo significava o início de um novo ciclo e não tive dúvida quando, sem mais nem menos, a armação dos meus óculos se partiram ao meio na hora em que o coloquei no rosto.





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