Eric do Vale
Se anunciássemos que ocorreria uma manifestação
capaz de mobilizar a população brasileira, ninguém levaria isso a sério
até o momento em que um protesto contra o reajuste do preço das passagens de
ônibus adquiriu maior intensidade e se propagou para outras cidades do país,
servindo de estopim para que todos tivessem a iniciativa de comparecer às ruas
com o intuito de reivindicarem outros direitos de cidadão.
Além de espontâneo, o levante popular também pode ser
considerado como um fenômeno isolado, porque não contou com nenhum suporte
midiático e agremiação partidária, diferenciando-se de qualquer outra
manifestação, no Brasil, já realizada. Esses protestos vieram a calhar,
justamente, com os dias em que antecederam a dois eventos importantes para o
nosso país: A Copa das Confederações e a votação do Congresso Nacional para a
PEC 37.
Sem nenhuma demagogia, não há duvida de que, agora,
estamos vivenciando um momento único e decisivo para a nossa história, considerando
que, no próximo ano, além de sediarmos a Copa do Mundo, também serão realizadas
eleições estaduais e federais, permitindo que a nossa vertente patriótica não
se resuma somente em uma partida da seleção brasileira.
Aqueles que apontam essa onda de protestos como um
reflexo do atual governo, estão equivocados, porque a bandalheira que corrói o
cenário político brasileiro é uma bola de neve que, com o passar do tempo, vem
ganhando maiores proporções. Todo e qualquer líder político, quando eleito e
empossado, tem por obrigação saber que jamais se subestima a população a quem
governa e, mesmo a ludibriando, nada é perdurável. Tal erro é cometido,
constantemente, por todos os governantes de qualquer parte do Brasil e do
mundo.
A indignação misturada com a ânsia de melhores
mudanças, estampada nos semblantes daqueles que aderiram ao protesto,
transparece de tal forma, que pode ser traduzida por meio dos versos da canção É,
do Gonzaguinha.
Em contrapartida, existem aqueles que afirmam que tudo
isso não passa de uma ação de vândalos, visto que os veículos de comunicação
dão margem aos “desordeiros”, omitindo a ação policial que não cessa em atirar
balas de borracha e gases em pessoas de braços erguidos. É inevitável, nesse
tipo de situação, não haver confrontos e, principalmente, presenciar pessoas
que se portam de modo inadequado, vindo a denegrir o movimento. Mas nada disso
desmerece o valor desse levante que vem ganhando maior credibilidade,
impossibilitando os arsenais e batalhões de conterem uma população
enfurecida.
Esse ato corresponde a uma resposta do povo não
apenas das elites, mas também de boa parte da sociedade desse país que padece
ou se deixa contaminar pelo “Complexo de Vira Latas”.
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