domingo, 15 de dezembro de 2013

Conto - Caleidoscópios


Eric do Vale

Você pensa que eu estou sempre afim,
tome atitude, se um de nós
tem que mudar, que mude
(Guru: Dalto)



Muito provável que por volta das 22 horas, daquele domingo, ele estivesse acordado, mas era incerto saber se já havia lido o recado dela: “Passando para desejar um bom começo de semana e muita paz!”. Graças a uma dessas redes sociais, eles dois se “reencontraram”, quase um mês depois, mas, de qualquer forma, aquela mensagem o deixaria impressionado, visto que na única vez em que se viram, cumprimentaram-se apenas com um balançar de cabeças e nem sequer trocaram um “olá”. Isso aconteceu justamente, quando, no dia seguinte, ele foi até a casa onde Val estava hospedada e essa deu uma desculpa qualquer para não vê-lo. Perto de seguir o seu rumo, o sulista lhe perguntou:
-E aí?
-Nada.
-Eu sabia.
-Sabia?
- Foram falar: “Val, aquele cara está aí.”, e ela, negativamente, balançou a cabeça e perguntou para a prima dela se não estava a fim de  conhecer você. Ela respondeu que não.
-Eu já esperava por isso. Ela é muito menina.
- E é virgem.
-Como sabe?
-Ela comentou com o pessoal aqui de casa.
-A troco de quê?
É possível que Val não tenha lido o seu recado,quando a encontrou na internet, pois nem se manifestou. Ao contrário da prima dela, que na verdade era irmã de criação, a quem ele puxou conversa:
-Tá lembrada de mim?
-Lembro sim, tudo bem?
-Tudo bem sim e você?
-Idem. Só muito trabalho.
-E a Val?
-Trabalhando muito, está namorando e ficou noiva.
Cada um, falou um pouco de sua vida: ele, divorciado, dirigia uma agência de publicidade; enquanto ela era enfermeira e estava conhecendo um cara.
 Lá estava ele, na praia, observando o jogo de futebol até ser convidado para participar. Após a partida, o cara do Sul, que o havia chamado para o jogo, perguntou-lhe:
-Estás aqui de férias também?
-Sim.
- Mas tu eis daqui?
-Sim.
-Estás hospedado onde?
-Perto da praça e você?
-Estou naquela casa._ Apontando para a casa em frente da praia.
O sulista o convidou a aparecer, de noite, por lá, pois fariam um lual na praia e acrescentou:
-Tem cada guria aqui em casa... Apareça!
-Está bem.
-Como tu chamas?
-Arnaud.
Quando o viu chegar, o sulista falou:
            -Seja bem vindo, Arnaud! Deixa eu te apresentar a uma guria.
Sentada na areia, pegou na mão dela, levantou-a e apresentou para ele. Os dois caminharam para um lugar discreto até sentarem e conversarem um pouco.  Constrangida, ela perguntou:
-Será que vai dar certo?Nós dois...
Ele não deu ouvidos até roubar-lhe um beijo. Apesar de vidrada, pedia para pararem, alegando que a sua irmã poderia ver e não gostar e, assim, foram embora.  O diálogo com a irmã dela parou ali, mas mantinham, via internet, algum contato esporádico. Na maioria das vezes, era ele quem tomava a iniciativa, mas tudo se resumia a um “Oi! Tudo bem? Como vai? Até logo!”.  . Ao retribuir o carinho, desejando-lhe o dobro, foi surpreendido,quando,num sábado, recebeu um recado dela: “Bom-dia!”.





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