quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Crônica - Os Dois Lados da História

Eric do Vale


Seria muito fácil afirmar que Nelson Mandela foi um governante que fugiu à regra não sendo visto pela sociedade de maneira dúbia, visto que, nesse momento, a imprensa, demasiadamente, vem enfocando a sua trajetória política,  entretanto essa possibilidade torna-se descartável, ao passo que se desenvolve a seguinte questão: o que seria dele, se não fosse Frederick De Klerk?

Logo que foi empossado, o último branco a presidir a África do Sul adotou medidas objetivando findar com quase meio século de exclusão racial. O primeiro passo foi a soltura de Mandela que, apesar de encarcerado, apresentava confiabilidade em seu país e no resto do mundo. E o que seria de De Klerk sem Mandela?

Posto em liberdade, após vinte e sete anos de claustro, o ativista prosseguiu na luta contra o apartheid, aliando-se ao então presidente de seu país. Como o povo sul-africano já vinha expressando descontentamento ao regime de segregação racial, essa simbiose das duas personalidades permitiu-lhes a união das forças na concretização de novos valores sociopolíticos. Nada impediu, porém, que se temesse um retrocesso, por causa da inevitabilidade de divergências entre ambos os lideres durante as negociações que, por um triz, não colocaram em jogo o futuro daquela nação. 

Sabe-se que o valor de Nelson Mandela é inquestionável, considerando que, para permanecer aonde chegou, demonstrou total competência, estabelecendo um consenso entre os seus opositores, comprovando que na política, como em tudo, é preciso recorrer a outros meandros para atingir os propósitos almejados.  De Klerk, por sua vez, também teve o seu mérito, mostrando que, mesmo exercendo o cargo mais alto de seu país, era preciso agir com flexibilidade, não admitindo apresentar, diante das circunstâncias, um caráter hesitante.

Willian Shakespeare conceituou os heróis como:“ pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.”. A capacidade de mistificar um fato e de colocar os seus participantes num pedestal é tamanha, que ninguém se dá ao trabalho de desenvolver uma análise aprofundada para dispor de uma respectiva compreensão dos reais motivos sobre um determinado acontecimento. 

Todo e qualquer fato histórico necessita de um mito, portanto não se pode falar na luta contra o apartheid, na África do Sul, sem ao menos lembrar-se de mencionar o nome de Nelson Mandela.






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