quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Conto- Armadilha do Destino

Eric do Vale



Duarte, com três dias de antecedência, avisou a esposa que teria plantão. Não havia como ela duvidar, porque, casados há cinco anos, sabia perfeitamente que depois dela, a segunda paixão do marido era o trabalho.
            Depois de sair da delegacia, no início da noite, Duarte passou pelo bar onde Peixoto, seu colega de expediente, estava:
-Vai uma geladinha? _ Perguntou Peixoto.
Ele bebeu um pouco e depois, foi embora.
-Vai cedo, cara! _ Disse Peixoto.
Duarte não falou nada e Peixoto continuou:
-Nem precisa dizer, porque eu já sei. Depois, quero saber de tudo.
Dias atrás, Peixoto aproximou-se de Duarte e perguntou:
-Tem compromisso para hoje, a noite?
Peixoto notou que o colega o encarou de uma forma meio atravessada e falou:
-Não é nada disso que você está pensando.
-Eu não estou pensando nada.
-Conheci uma garota ... Um espetáculo!
Peixoto forneceu-lhe o contato da garota e disse:
-O nome dela é Dóris, você não vai se arrepender.
Duarte, minutos depois, enviou-lhe uma mensagem e logo, foi correspondido. Ficou acertado de que, dentro de três dias, eles iriam se encontrar.
Na direção do seu carro, Duarte estava certo de que, naquela hora, a esposa dele deveria estar na igreja ou assistindo a novela e pensou: “Mulheres... São todas iguais”.
Imaginou a noite de prazer que teria com Dóris constatando que aquela seria mais uma, dentre muitas outras, aventuras amorosas que teve; depois, tudo voltaria ao normal e ele chegaria em casa, onde a esposa o receberia perguntando:
-Como foi o dia, amor?
-Exaustivo.
Alguns metros de distância, Duarte telefonou para Dóris dizendo:
-Já cheguei.
-Eu estou na calçada.
 Ele avistou uma mulher de mini short jeans, blusa top preta na calçada e pensou: “É ela!”. Aproximou-se, abriu a porta e ascendeu a luz para cumprimentá-la:
-Hortência? _ Perguntou Duarte.
-Germano!
Diante daquela situação, marido e mulher ficaram sem saber o que fazer.


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