Duarte,
com três dias de antecedência, avisou a esposa que teria plantão. Não havia
como ela duvidar, porque, casados há cinco anos, sabia perfeitamente que depois
dela, a segunda paixão do marido era o trabalho.
Depois de sair da delegacia, no
início da noite, Duarte passou pelo bar onde Peixoto, seu colega de expediente,
estava:
-Vai
uma geladinha? _ Perguntou Peixoto.
Ele bebeu um pouco
e depois, foi embora.
-Vai cedo, cara!
_ Disse Peixoto.
Duarte não falou
nada e Peixoto continuou:
-Nem precisa
dizer, porque eu já sei. Depois, quero saber de tudo.
Dias atrás,
Peixoto aproximou-se de Duarte e perguntou:
-Tem compromisso
para hoje, a noite?
Peixoto notou
que o colega o encarou de uma forma meio atravessada e falou:
-Não é nada
disso que você está pensando.
-Eu não estou
pensando nada.
-Conheci uma garota
... Um espetáculo!
Peixoto
forneceu-lhe o contato da garota e disse:
-O nome dela é
Dóris, você não vai se arrepender.
Duarte, minutos
depois, enviou-lhe uma mensagem e logo, foi correspondido. Ficou acertado de
que, dentro de três dias, eles iriam se encontrar.
Na direção do
seu carro, Duarte estava certo de que, naquela hora, a esposa dele deveria
estar na igreja ou assistindo a novela e pensou: “Mulheres... São todas
iguais”.
Imaginou a noite
de prazer que teria com Dóris constatando que aquela seria mais uma, dentre
muitas outras, aventuras amorosas que teve; depois, tudo voltaria ao normal e
ele chegaria em casa, onde a esposa o receberia perguntando:
-Como foi o dia,
amor?
-Exaustivo.
Alguns metros de
distância, Duarte telefonou para Dóris dizendo:
-Já cheguei.
-Eu estou na
calçada.
Ele avistou uma mulher de mini short jeans,
blusa top preta na calçada e pensou: “É ela!”. Aproximou-se, abriu a porta e
ascendeu a luz para cumprimentá-la:
-Hortência? _
Perguntou Duarte.
-Germano!
Diante daquela
situação, marido e mulher ficaram sem saber o que fazer.
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