terça-feira, 2 de setembro de 2014

Conto- Um Passo Ao Retrocesso

Eric do Vale

Puxar o gatilho era a única coisa que, agora, eu pensava em fazer, antes de tomar a primeira dose de conhaque em um bar, situado a dois quarteirões da minha casa. Não me lembro de tê-la ouvido antes e acho que nem a conhecia, mas o refrão dessa música do Cazuza não saía da cabeça: “Você se parece com todo mundo. Eu te amei demais e sofri pra burro”.
                Tomei o maior cuidado para não cometer uma barbeiragem no trânsito. Não era de hoje que eu havia me comprometido em esquecê-la, deletando tudo o que estivesse vinculado a pessoa dela: fotos, números de telefones e sites de relacionamentos. Cheguei até a me afastar de várias pessoas que tivessem alguma ligação com ela, feito aquela vez em que eu me encontrava no shopping e busquei, de todas as formas, não passar perto de um quiosque, onde trabalhava um amigo íntimo dela.
                O final da canção dizia: “Eu te amei demais e fiquei maluco. Eu fiquei maluco por você”. Logo, me questionei: “Onde foi que eu errei?”. Será que eu fiquei louco? Claro que não, pois se estivesse, já teria feito uma besteira, há muito tempo. Passados, praticamente, dois anos, tudo isso voltou à tona assim, sem mais nem menos!
Mergulhei de cabeça no trabalho e, para a minha felicidade, fui aprovado em um concurso que prestei. Não poderia haver, naquele momento, coisa melhor, pois iria residir em outro estado, bem longe dali.

Desde que rompemos, prometi a mim mesmo não procurá-la mais e, se não fosse essa música, tudo continuaria do jeito que estava. Estacionei o carro, fui até um bar e pedi um conhaque duplo. Todos os momentos que passamos juntos foram recordados, conforme a letra da canção permeava em meu inconsciente. Após a segunda dose, peguei o celular e acessei uma rede social. Coloquei o nome dela e a encontrei, bem na mosca! E agora, o que fazer? Eu não sei. Apesar de já haver passado tanto tempo, ainda não me sentia bem! Desconectei, paguei a conta e fui para casa. Tomei um banho gelado e pensei em mandar uma cordial mensagem e assim o fiz: “Olá! Como você vai? Quanto tempo, não é? Eu vou muito bem, estou morando em outro estado, não sei se você sabe disso. Creio que não, acho que também não sabe que passei em um concurso. Não sei bem o que me deu, mas hoje eu escutei uma canção que me fez lembrar você e, por isso, estou dando-lhe notícias. A propósito, segue abaixo o link da música e peço, encarecidamente, que ouça, pois como eu lhe disse: ela me fez lembrar muito você. Abraços!”. Estava tudo engatilhado e, aparentemente, me senti de alma lavada, mas, hora H, optei em recuar e apaguei tudo.



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