quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Páginas Policiais- Capítulo 4



Informado pela sua empregada de que Solange havia ido para a casa de praia, Adaílton não se deu conta de que o revólver ao qual pegara em seu escritório estava descarregado. Ele só veio saber disso, após o exame da perícia.
Zeca então percebeu que o palpite de João Grande estava certo, alguém quis aprontar com o ele. Por onde passou, ele sempre fez valer o seu senso de justiça, sendo atribuído a ele uma espécie de aura do “defensor dos fracos e oprimidos”. Os seus atos levaram alguns políticos a aconselhá-lo a filiar-se em algum partido e candidatar-se a um cargo público, mas ele sempre recusava,alegando estar satisfeito na profissão a qual tanto se orgulhava.
Na ampla sala de seu apartamento, o incorruptível juiz recebia Zeca para uma entrevista, coisa que ele não havia feito ainda, desde que foi acusado de assassinar a esposa:
-Meu filho, eu não sei de nada. Essa é a única coisa que eu posso falar, além de que não matei a minha mulher.Não desejaria a ninguém o que venho passando, nesses últimos dias. Presenciei o cadáver da minha esposa, de forma tão horrenda e ainda por cima, fui exposto para a mídia de maneira muito venal.
-O senhor tinha alguma desconfiança de sua esposa?
-De jeito nenhum.
Fez um silencio, nesse momento.
Uma parcela da elite, em contra partida, não viam com bons olhos os feitos daquele juiz idealista. No Matogrosso, ele, por pouco, não foi alvejado, porque o pistoleiro errou a pontaria. Isso aconteceu, após ele condenar um esquema de corrupção que envolvia boa parte da policia e alguns juízes.
No Pará, Adaílton recebeu dois tiros de raspão e por isso, rezou a lenda de que ele tivesse o corpo fechado. Ser transferido de uma cidade para outra era algo que fazia parte de sua rotina, fosse por sofrer ameaças ou pelo fato de ter feito valer o senso de justiça. Em virtude desses “feitos heróicos”, Adaílton Jardim passou a andar com seguranças, fazer curso de tiro ao alvo e ter permissão para portar arma. 
Depois de um tempo em silêncio, Adaílton falou para Zeca que tinha ido visitar a esposa na casa de praia para lhe fazer uma surpresa, quando viu que não tinha ninguém e tudo estava em silencio, ficou preocupado e tirou o seu revólver da cintura:
-Já recebi ameaças de varias maneiras e dentre as quais, a de sequestrarem e matarem a minha esposa. -Falou Adaílton. - Por isso, quando percebi toda aquela pasmaceira, resolvi manter o sangue frio. Com aquela arma na mão, esperava pelo pior, mas quando vi a minha esposa morta, meu Deus!Lembro-me que joguei a arma no chão e, por pouco, não enfartei. Numa situação feito aquela, eu não sabia exatamente o que fazer. Creio que qualquer um que estivesse em minha situação também não saberia como proceder. Ou então, agiria como eu agi, ligando, imediatamente, para a polícia. 
-E essa história de que o senhor foi lavar a sua honra?
-Que negócio é esse?
-Pelo menos, foi o que falou a grande maioria.
-Você quer dizer a policia. Eles não vão muito com a minha cara, porque, há tempos, venho cuidando do esquema de corrupção do qual envolvem boa parte da polícia. Principalmente, esse delegado que cuida do caso.  Em vez de investigar e obter uma informação concreta, o que foi que ele fez? Disse que eu tinha assassinado a minha esposa, porque ela me traia. Essa foi oportunidade que ele encontrou para se vingar, expondo-me ao ridículo.
-O senhor pensa em processar alguém?
-Por enquanto não. Eu só quero deixar a poeira baixar, mas se as coisas continuarem desse modo serei obrigado a reivindicar os meus direitos na Justiça.     
João Grande encontrava-se na delegacia, onde ouvia as declarações do delegado que investigava o misterioso assassinato da socialite, Solange Jardim:
- O senhor Adaílton Jardim tem muito ainda o que esclarecer, por que ele antecipou a viagem de volta? E dentre muitas outras coisas. - Afirmou o delegado.
- Mas ele já não havia relatado tudo o que ocorreu, durante o depoimento?
-Nem tudo. Há muita coisa que não ficou clara. Na verdade, o doutor Adaílton caiu em várias contradições. Uma hora falou que retornou de Belho Horizonte, porque a mãe dele estava melhor de saúde, depois disse outras histórias. E por que ele não seguiu a Brasília para encontrar-se com um ministro, desembargador e não sei quem mais, conforme estava combinado? E não para por aí: por que cargas d água ele foi para a casa de praia, assim que soube, pela empregada, de que ela, nesse mesmo dia havia se dirigido para lá? Pelo que eu fiquei sabendo, houve ocasiões em que a senhora Solange Martins comparecia à casa de veraneio, na maioria das vezes, desacompanhada do marido e esse, por sua vez, nem fazia caso. E tem também esse lance dele ter ido armado. Mesmo apresentando uma justificativa convincente, isso o deixa em uma situação muito delicada.
-Mas o exame de balística comprovou que as balas não tinham saído do revolver dele? Além disso, a perícia constatou que a arma dele estava sem bala.
-Essa foi uma coisa surpreendente, contudo isso não descarta de o incluirmos como o principal suspeito.
-E o que faz o senhor acreditar nisso?
-Ora, em tudo o que afirmei.
-Desculpe, delegado, o meu jeito, mas gostaria de saber se isso tem alguma coisa pessoal?
-Pessoal?
-Sim, o doutor Adaílton afirmou, em uma entrevista para o nosso jornal, de que o senhor utilizou esse fato para se vingar da condenação da qual ele lhe impôs.
-Nada haver. Quando isso aconteceu, eu recorri à justiça e ganhei. Ficou comprovado de que eu era inocente nesse esquema de corrupção.Acho que quem está levando para o lado pessoal é o próprio doutor Adaílton Martins.
  Zeca salvou no pen drive a entrevista da qual gravou com o juiz e, ao voltar para o jornal, mostrou para João Grande e o editor do caderno de polícia. Esse ficou satisfeito e durante a reunião de pauta com os demais editores, defendeu a ideia de colocá-la como reportagem de capa. Os outros discordaram sob a justificativa de que isso não passava de uma espécie de sensacionalismo, ele então retrucou:
-O que é que há com vocês. Esse rapaz, o Zeca, está dando um duro nessa matéria. Desde que eclodiu esse caso, ele não fez outra coisa, senão entregar-se corpo e alma. Na ultima semana, o Zeca conseguiu um furo e agora, essa entrevista com o principal suspeito que, até então, não havia se manifestado. Eu não estou aqui querendo puxar a sardinha para o meu lado, mas analisem bem...
Todos chiaram, mas o editor-chefe deu a palavra final e concordou com tudo com o que ele havia dito e acrescentou:
-Até parece que vocês se esqueceram de que uma grande noticia, um furo de reportagem, baseia-se em um fato corriqueiro de, aparentemente, pouco expressivo. Até então, nos encontramos quilômetros na frente dos nossos concorrentes em relação ao caso Solange Jardim. E essa, certamente, há de garantir a nossa liderança de informação. Já pararam para pensar, quando os leitores depararem com essa entrevista, bem na capa do nosso jornal?
Os editores aceitaram, embora não estivesse de acordo.
Logo após a publicação, o editor do caderno de polícia chamou Zeca e João Grande para conversar. Ele havia saído da sala do editor-chefe e esse lhe comunicou que recebeu um telefonema do delegado que cuidava do caso e esse estava muito furioso com a publicação da entrevista com o juiz.
Então, o editor-chefe decidiu que ele seria ouvido por alguém do jornal e teria a entrevista publicada tal e qual ocorreu com o juiz. Antes que o editor do caderno escolhesse um dos dois, João Grande foi logo se escalando. O editor estranhou o comportamento dele, pois sabia que ele não gostava nem um pouco daquele delegado:
-Ok, meu velho. A entrevista é sua. - Disse o editor. – A única exigência que eu faço a você é a seguinte: faça a entrevista muito bem feita.
-E alguma vez eu já te decepcionei? Não precisa responder.
 Em outras ocasiões, João Grande cobriu reportagens das quais, esse delegado estava sempre envolvido em situações vulneráveis, tipo a do garoto morto pela polícia.  Até hoje, isso nunca chegou a ser esclarecido. A morte desse menino era a conclusão mais plausível da existência de um grupo de extermínio do qual esse delegado fazia parte, no entanto o Secretário de Justiça interferiu na matéria telefonando para a o jornal e exigindo uma retratação.
Com todas as provas apuradas, João Grande ficou insatisfeito, quando soube que essa pauta seria abortada. Ele ainda tentou contra argumentar com o seu editor. Isso lhe custou um bilhetinho azul e um ano fazendo trabalhos de free lancer até alcançar o êxito de outrora, quando recebeu um premio por uma reportagem sobre a influencia do jogo no bicho na política. Isso o fez a ser novamente bem quisto pelos órgãos de imprensa que, novamente, lhe abriram as portas e ele foi conquistando outros prêmios. Sem falar que João Grande já sabia que, há tempos, o juiz e esse delegado não se gostavam e sabia exatamente as razões plausíveis dessa rixa entre os dois.
Num boteco, após o expediente, Zeca e João Grande tomavam uma cervejinha e comentavam sobre os últimos acontecimentos:
-João Grande, meu querido, esse caso da socialite morta tá parecendo uma briga de comadres, onde o delegado e o juiz trocam farpas um com o outro. Será que o nosso jornal está fazendo um trabalho digno?
-O que você entende por isso?- Ascendendo um cigarro.
-Em ser digno? Sei lá?
-Então, do que estase queixando, garoto?
-É que um dia o jornal destacou a entrevista com o juiz e esse meteu o pau na polícia, sobretudo no delegado. E no outro dia, foi à vez do delegado esculachar com o juiz. Enquanto isso, nenhum posicionamento concreto sobre esse caso.
- E o que você sugere, Sherlock Holmes?
-Nada. Parece que estamos caminhando em círculos. Eu sei que você tem um grande apreço por esse juiz, mas, em alguns pontos, eu concordo com o que o delegado diz. Por que ele, realmente, não abre o jogo? Tá na cara que aquilo foi coisa de corno e ele foi lá para flagrar a mulher. Por outro lado, aquele seu palpite faz sentido.
-Eu, por acaso, já lhe dei boas vindas?
-De quê?
-Boas vindas ao mundo.
-Vá se fuder.
João Grande deu uma gargalhada e disse:
-Bem vindo ao mundo, Zeca!Onde está o seu senso de humor?     
-Ei João, tá afim de uma esticadinha?
-Não, hoje não.
-Pois eu vou nessa.
-Isso, rapaz, aproveite a juventude.
Desde que Glórinha foi morta, ele nunca mais colocou os pés naquela boate. A imagem dela ali na sua frente, de short curto e umbigo a mostra, permearam em seu pensamento. Havia uma mesa vazia, lá se sentou e pediu uma cerveja até que Kelly veio em sua direção:
-Quem é vivo sempre aparece!
-Bebe comigo?
-Mas é claro.
Zeca pediu um copo para ela e continuaram a dialogar:
-E aí, o que tem feito? Continua investigando a morte da Glórinha?
-Que nada, já joguei a toalha. E você?
-Eu, continuo por aqui mesmo. Nesses meses, viajei. Fui visitar uns parentes meus.
Após a publicação da entrevista do delegado ser publicada, o editor- chefe recebeu um telefonema do doutor Adaílton Jardim reclamando da postura do jornal em dar margem ao que o delgado disse. O editor-chefe comentou:
-Doutor Adaílton, quero que o senhor saiba que o jornal não pretende tomar partido de ninguém. O nosso dever é informar a população, por isso optamos pela imparcialidade. Do mesmo que o senhor nos atendeu, defendendo-se das acusações que lhe foram atribuídas, coube-nos também ouvir também a versão do delegado, visto que o jornal vem dando margem a esse caso.
-O que me deixou constrangido foram às acusações que esse delegado fez sobre a minha pessoa. 
-Pelo que me consta, o senhor também fez certas acusações ao delegado.
-Certo.
-E nem por isso, omitimos tudo o que o senhor falou. Me corrija, se eu estiver equivocado.
-Claro que não, o senhor tem toda a razão.
-Como lhe disse, estamos dando ênfase na cobertura desse caso não para tomar partido de ninguém. Pelo contrário, a nossa equipe de reportagem está empenhada em apurar os fatos e informar os seus respectivos leitores. Nada mais, além disso.
O doutor Adaílton desculpou-se e desligou o telefone.
Naquela mesa de bar, Zeca comentou com Kelly que passados alguns meses, ele, aparentemente, se esqueceu do trágico desfecho de Carla:
-Muito menos eu. - Disse Kelly.
-Sempre que penso da forma como ela morreu, eu bato na mesma tecla: “Como é que ela entrou nessa?”.
-Vai saber.
- Procurei algumas informações sobre o tal Beretta e a polícia me informou que nenhum sinal dele.
-Logo, ele aparece.
-Por que diz isso?
-Bandido sempre deixa rastro por onde passa. Mudando de assunto, você está muito ocupado?
-Por quê?
- Que tal a gente ir para outro lugar? Pode ser a minha casa.
-Tudo bem.
-Lá a gente conversa mais a vontade. Ah, não estranhe, porque isso não é nenhum programa.
-Por mim, tudo bem. E hoje, é sexta-feira.
Zeca, João Grande e o editor do caderno foram chamados a sala do editor-chefe que lhes comunicou sobre o telefonema ao qual havia recebido do doutor Adaílton Martins, querendo explicações sobre a entrevista concedida ao delegado e comentou que, nessas condições, o jornal, sobretudo a editoria de polícia, terminou ascendendo um pavio ao qual poderia desencadear uma espécie de crise no sistema judiciário. O editor-chefe deu risada nessa hora, repetindo as palavras utilizadas pelo juiz: “vocês deixaram que esse delegado me caluniasse!”:
-Mas ninguém omitiu o que ele também falou sobre o delegado. - Comentou o editor do caderno policial. 
-Foi que eu falei para ele. Nessa hora, o doutor Adaíton ficou sem jeito e pediu desculpas. Onde eu quero chegar é que, nesse momento, o jornal está diante de um caso extraordinário com a faca e um queijo na mão. Vocês dois, Zeca e João Grande, têm uma senhora pauta na mão, portanto não quero que a desperdicem por nada, entenderam?  O foco é o assassinato da socialite e não as picuinhas entre o juiz e esse delegado.
-Decidimos entrevistar primeiro o juiz, porque, até então, ele não havia se pronunciado, assim que foi tido como o principal suspeito de matar a esposa. - Falou João Grande.- E como o Zeca deu o primeiro furo, coube-lhe a tarefa de entrevistar o Adaílton Martins.
-Quanto à entrevista ao delegado, foi o senhor mesmo quem solicitou que fizéssemos. - Acrescentou o editor do caderno policial.
-Tudo bem, eu reconheço. Não estou recriminando nenhum de vocês, de maneira alguma. Pelo contrário, estou parabenizando-os pelo empenho, todavia essas duas entrevistas, indiretamente, desviaram assunto principal que é o caso Solange Martins. Assim sendo, peço a vocês que, se por um acaso, tiverem que entrevistar essas duas figuras, procurem evitar essas picuinhas. Não interessa ao jornal nem, muito menos, ao leitor o que um pensa do outro. Essa é a única observação que eu faço a vocês. Então, mãos a obra.
Assim que foram saindo, o editor-chefe disse:
-E mais uma coisa: botem pra quebrar e se alguma coisa der errada, eu vou sair do sério.
Antes de voltarem as suas mesas, o editor do caderno falou aos dois repórteres:
-Ouviram o que o chefe disse: a reportagem é de vocês. E eu aconselho: não queiram vê-lo zangado. E antes que ele corte os nossos pescoços, eu como o fígado dos dois.
A casa onde Kelly mora ficava há alguns quilômetros da boate. Era um apartamento pequeno, parecido com o que Glórinha morava, tinha cozinha americana, banheiro e um quarto pequeno. Ela tirou as sandálias, sentou-se, esticou as pernas num puff e pediu para que ele ficasse a vontade, não reparando na bagunça:
- Comparado com o meu apartamento, o seu é mais organizado. -Disse Zeca.
-Não sabia que você morava sozinho.
-Me mudei há pouco tempo. Aluguei um apezinho, um ovo, mas dá pro gasto.
-Pode me fazer um favor?Pega aí um rum na geladeira? 
Zeca levantou-se, abriu a geladeira e ela apontou, falando:
-Ele é cubano. É muito bom.
Zeca abriu a garrafa e pegou dois copos e deu um para ela. Eles brindaram e jogaram conversa fora. Kelly quis saber um pouco sobre ele, esse comentou que não havia muita coisa interessante a respeito dele. Falou que dentro de um mês, iria se formar, porém deixaria para fazer o TCC no próximo semestre, pois o trabalho o consumiu muito:
-Você não tem namorada?-Quis saber Kelly.
- Não.
-Depois da Glórinha, não teve mais ninguém?
- Só uns rolos.
As horas foram passando e a garrafa foi, aos poucos, sendo reduzida. Zeca falou que já estava tarde e que havia tomado o tempo dela demais, essa respondeu:
-De jeito nenhum, dorme aqui. Você bebeu demais.
-Se pra você não tiver problema...
-Imagina!E é bom pernoitar aqui, pois você bebeu demais e na dá para dirigir nessas condições.
Ela mostrou-lhe o quarto para ele dormir e o acompanhou. Antes que fosse se deitar, Kelly disse:
-Há só um detalhe, só tem uma cama.
Ela o beijou e esse a encostou na parede. Porém, ela pediu uma pausa, foi até a sala e mostrou-lhe uma camisinha. Um foi tirando a roupado outro até que ela colocou o preservativo em seu pênis. Em seguida, ele a levantou e Kelly atracou-se no seu dorso. Resolveram mudar de posição e ela ficou de costas para ele pedindo que a excitasse. Deitaram-se na cama até que ele gozasse.
Zeca só se deu conta do que fizera, assim que acordou. Vestiu a cueca e as calças, mas não encontrou Kelly. Provavelmente, eram oitos horas da manhã. Estava perto decalcar os sapatos, quando ouviu o toque do seu celular. Estranhou o fato de João Grande telefonar-lhe num sábado e naquele horário, algo que ele nunca havia feito antes e o atendeu:
-Fala, João?
-Que voz é essa? Espero não tê-lo acordado.
-Mas acordei, agora há pouco.
-Desculpa, meu camarada, mas eu não pode me conter. Eu sei que hoje você não está de serviço...
-O que é que foi?
- Ligaram da delegacia, nesse instante, para dizer que o Beretta foi encontrado morto.
-Não brinca!Quando foi que isso aconteceu?
-De madrugada, talvez.
-Eu vou já aí.
-Não precisa, mas se você faz tanta questão. Não se desespere tanto assim, tome um banho e coma alguma coisa. Caso você for, me avise.
-Ok. Se quiser uma carona, eu passo aí.
-Para mim, está bem, Zeca. Eu sabia que mesmo com esse sábado ensolarado, você não iria perder essa oportunidade.
Mal desligou o celular, Kelly chegou com um saco de pão e Zeca foi lhe informando:
-Não sabe da maior, apagaram o Beretta.
-Sério?
-Soube agorinha.
-É, mas também ele já foi tarde. Você quer tomar café comigo?
-Certo, se eu puder lhe ajudar... Não sou bom de cozinha, mas em matéria de café da manhã...
-Já que você faz tanta questão, tudo bem.
Zeca preparou uns ovos mexidos com queijo e presunto, ele ainda passou o café e ajudou a botar a mesa. Kelly ficou surpresa:
-Já pode casar.
-Quando se mora sozinho, a gente se vira como pode.

E os dois tomaram café feito um casal e não falaram nada sobre o que fizeram naquela noite, tão pouco sobre a morte do Beretta. Zeca comeu o seu sanduiche, tomou café e despediu-se de Kelly. Foi até o seu apartamento para tomar um banho e mudar de roupa. Ligou, em seguida, para João Grande, avisando que estava passando para apanhá-lo.



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