sábado, 22 de agosto de 2015

Conto- Persona Non Grata


Eric do Vale


“Eu sei, o coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci”
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos: Fera Ferida)


Quanto tempo, hein! Já não me recordo da última vez que nos vimos e aposto que você também não.  Hoje em dia, estas redes sociais tornaram-se ferramentas indispensáveis para aqueles que desejam reencontrar alguém, como é o nosso caso. Não vou mentir que muito me admirei de você ter me procurado e honestamente falando: preferiria que os nossos caminhos jamais se cruzassem. Entretanto, Deus é muito sábio e, certamente, não iria promover este “encontro” de forma casual.
Seja em virtude da nossa pouca convivência ou do nosso distanciamento, eu, particularmente, tenho dúvidas da possibilidade de virmos a ter algum vínculo, no futuro. Não me refiro exatamente a essas duas coisas, mas sim a sua pessoa.
 Ao que me consta, você não possuí uma harmoniosa relação com os seus familiares e além disso, há um outro motivo que considero bastante justificável e faço muito gosto de apresentá-lo: você nunca demonstrou simpatia pelos meus pais. Assim que eles se separaram, a sua primeira reação foi sair maldizendo da minha mãe, está lembrada? Caso contrário, eu me lembro, pois até para mim, que contava com sete para oito anos de idade, você falou horrores dela sem se importar com os meus sentimentos e sequer teve o bom senso de economizar nos chulos adjetivos aos quais prefiro não repeti-los. Quero também lembrá-la de que não foi só uma vez que isso aconteceu e essa mesma atitude, você, posteriormente, tomaria em relação ao meu pai.
Creio que você desconheça o real significado da palavra “respeito”, haja vista que este seu ar de “palmatória do mundo” tenha te possibilitado, sempre, passar por cima de quem quer que fosse. Ao fazer esse desabafo, percebo, agora, que você foi a primeira pessoa, senão uma das, que conheci, ao longo da vida, cujo passatempo consiste em espinafrar os outros, na proporção que se esquece de enxergar o próprio rabo.
Nunca foi segredo para ninguém que mesmo estando, por muitos anos, casados, você e o seu “digníssimo” marido vivem feito cão e gato em que, várias vezes, ele chegou a te bater. Provavelmente, isso tenha contribuído bastante para a formação dos seus dois filhos, tornando-os, assim, reflexos dessa “união”. O que dizer do mais velho? Tendo como referência um pai e uma mãe habituados a levarem vantagens em tudo, era inevitável não seguir os mesmos passos e vir a ser o que, atualmente, é: um grandessíssimo larápio. E por que não dizer: ladrão? Quanto ao caçula, o fato dele não falar é decorrência das inúmeras ocasiões em que assistiu a dantesca cena dos pais se digladiando.

Bem que eu gostaria de deixar para lá e fingir que nada disso aconteceu, porém tal comportamento não corresponde com a minha personalidade. Reconheço, todavia, que estou sendo muito cruel e por isso, peço desculpas. Atualmente, nada sei a seu respeito e nem me interessa saber. Também, não tenho ideia de como vai ser daqui para frente, mas é bem certo de que o tempo há de se encarregar disso.



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