segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Conto- Transfiguração


Eric do Vale

Do outro lado da linha, perguntei:
-Está tudo bem com você?
            -Sim, graças a Deus.
            -Fiquei preocupado.
            -Não precisava.
            - Você entrou no carro e saiu, naquelas condições. Era impossível não se preocupar.
            -Mas, estou bem.
            -Fico feliz em saber.
            Provavelmente, este vai ser, na segunda-feira, o assunto do dia. Apesar de ter sido engraçado, eu não gostaria de estar na pele dele.  
Seguimos em comboio rumo a casa de praia de um conhecido nosso, onde realizaríamos a nossa confraternização.  Faltando poucos metros, o carro atolou e descemos para empurrá-lo. Foi nesse momento que ele chegou para nos ajudar. Fiquei surpreso com a presença dele, visto que, pelo pouco que o conhecia, ele sempre demonstrou ser uma pessoa reservada.
Conseguimos desatolar o veículo e continuamos o nosso trajeto. Logo que chegamos, a carne já estava assada e, em pouco tempo, havíamos esvaziado dois engradados de cerveja. Ao me ver bebendo um pouco da vodca que ele havia trazido, aconselhou-me:
-Devagar, isso é muito forte e você pode ficar bêbado rapidinho.
Segui o conselho dele, misturando com um pouco de refrigerante e comendo alguma coisa. Naquele momento, todos nós estávamos “chamando Jesus de Genésio”, mas ele bateu todos os recordes, sagrando-se campeão por W. O. A maneira como estava se comportando significou, para mim, a personificação do doutor Jekill transformando-se em MR. Hyde.
Sem nenhuma condição de dirigir, achamos melhor deixá-lo em casa e levamos o carro dele. Paramos em um posto afim de abastecer, ele saiu do veículo e entrou em uma loja de conveniência.  Mesmo vendo que a moça estava acompanhada, não importou-se de chama-la de gostosa. Antes que o namorado dela pensasse em tomar alguma providência, uma amiga nossa contornou aquela situação:
- Por favor, relevem!  Ele não sabe o que está fazendo!
Voltamos para o carro e no meio do trajeto, ligamos o rádio. Então, ele começou cantar uma música que estava sendo executada até deitar-se no banco e dormir. Assim que paramos em um sinal vermelho, ele despertou e abriu a porta dizendo:  
-Vou fazer xixi.         
-Você está louco? No meio da rua?  Quer ser preso? _ Perguntei.
De repente, aquietou-se e voltou adormir. Antes disso, perguntamos a ele onde morava.
            -Rua... Edifício... Número... Apartamento... Fica perto da padaria..._Respondeu ele.
Ele acordou, assim que chegamos na residência dele, e perguntou:
            -O que estamos fazendo aqui?
            -Viemos te deixar. _ Falei.
            - Me deixar?
            -Sim, não é aqui que você mora?
            -De jeito nenhum.
            Ele saiu do carro, abriu a porta do lado do motorista e disse:
            -Eu deixo vocês.
            Ficamos sem entender direito. Então, ele deu a partida e saiu deixando todos nós a ver navios.   





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