Somos da mesma faixa etária, embora eu seja um pouco mais novo do que o
Celso. Por isso, tenho a absoluta certeza de que ele deve se lembrar do Spectreman. Além de ter voltado a minha
infância, ao acessar o vídeo de abertura desse seriado, lembrei-me de um
conhecido nosso do trabalho.
Mal voltamos do almoço, iniciou-se um sorteio valendo umas cortesias para
o show do Chiclete Com Banana. Todo
mundo estava na maior euforia e depois de balançar o saco, o primeiro nome a
sair foi o do João Carlos. Esse, no entanto, não estava presente e o sorteio
continuou.
Dessa vez, saiu o nome da Sara, mas essa também não estava presente. O
sorteio teria continuado, se o Babú não se levantasse da cadeira e dissesse bem
alto:
-Nada disso! A Sara vem para cá, hoje.
Associei aquela cena com a do Karas, inimigo do Spectreman, grunhindo,
batendo nos peitos e dizendo: “Spectreman, vou pulverizá-lo.”. Estranho, o Babú
sequer estava participando daquele sorteio e encontrava-se quilômetros de
distância de nós todos. Mesmo assim, ninguém questionou nada.
Aquilo foi assunto para uma semana:
-Esse Babú é muito intransigente. _ Falou o Celso. – Aquilo que ele fez,
ontem, foi de...
- Engraçado, o Paulo Roberto, que faz parte da gestão dele, também não
estava presente e quando foi sorteado, o Babú nem se manifestou. _ Eu disse.
-Verdade. É porque a Sara o bajula, por isso aquele babuíno resolveu
acabar com a festa.
O Jorge Luiz, como realmente ele se chamava, não era muito bem quisto
pelo pessoal da empresa, sobretudo pelos seus subordinados. Apesar de não
reportar-se diretamente a ele, o Celso tinha motivos suficientes para não
gostar dele e por isso, o apelidou de Babú.
Logo, a nossa turma passou a chamá-lo assim, sempre que nos referíamos a
pessoa dele.
Além de nós, tenho a convicção de que ninguém mais da firma sabia desse
apelido dele, tão pouco o próprio Jorge Luiz. Eu fico aqui imaginando a reação
do Celso, se lhe dissesse que o Babú fez parte da nossa infância.
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