Eric do Vale
Sorridente
feito uma criança sapeca; séria que nem uma delegada de polícia. Essas duas
imagens me vieram em mente, assim que escutei Pais e Filhos, do Tim Maia. Por que ela recuou? Quando me perguntou
se tinha chance comigo, fiquei sem graça. Era eu quem deveria ter tomado a
iniciativa.
-Infelizmente,
não. _ Disse ela alterando a voz.
-Não
fale alto comigo.
-Esse
é o meu jeito. Caso não goste, pode ir embora.
-
Não vou embora coisa nenhuma! Nunca pensou em ser policial?
-Sim,
mas a minha baixa estatura...
-Você
não faria feio, se fizesse parte da polícia.
Então,
começamos a rir.
Com
quinze anos, eu era um meninão que só pensava em jogar bola. Ela, por sua vez,
precisou amadurecer logo, porque tornou-se mãe muito cedo. Com dois filhos,
frutos da segunda relação, ela resolveu “fechar-se para o amor”.
Ao
sair daquele apartamento, me questionei: “É o começo ou o fim?”. Tinha
esperanças de prosseguir com aquilo
Logo
que nos conhecemos, disse-lhe que me encontrava em umas situação financeira
muito difícil e ela me surpreendeu:
-Não
estou à procura de riqueza.
Decidido
a levar aquela relação adiante, concluí: “Se for preciso, eu trabalho até de
gari”. Mas, nem tudo ocorreu como eu desejava.
Um
dia, ela me procurou e disse:
-Desculpe,
por ter sido grossa com você. _ Falou ela.
-Deixa
pra lá.
-Realmente,
me fechei para o amor. Mas, conheci uma pessoa maravilhosa que me disse que
estará sempre comigo para o que der e vier.
-É?
_ Perguntei meio murcho.
-Estou
me referindo a você.
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