Andei de um lado e para o outro, com o celular na mão, me perguntando:
“Ligo ou não ligo?”. Se eu telefonasse,
alegaria que estava ligando para desejar-lhe feliz aniversário. Coloquei o
celular sobre a mesa, fui até a cozinha e tomei um copo com água. Tenho plena consciência de que assim que eu
me identificasse, ela levaria um grande susto, porque fazia muito tempo que não
nos víamos e naquela época, o nosso contato era muito restrito Um dia, porém,
resolvi procurá-la por estas redes sociais até que a encontrei.
Enviei-lhe uma solicitação de
amizade e terminei sendo aceito. Ao saber que ela estava fazendo aniversário,
enviei, in box, uma mensagem desejando-lhe parabéns. Não tardou muito para que
ela me respondesse dizendo “muito obrigada”. Pensei, naquele instante, em
aproveitar a deixa para iniciar algum dialogo, mas desisti da ideia. O é que eu
diria? E não era só isso, como disse: nunca fomos muito próximos.
Duas semanas depois, me deparei com uma mensagem dela: “Vi você, ontem,
no shopping.”. Passamos a conversar quase que diariamente, mas nenhum de nós,
até então, chegou a telefonar um para o outro. Por quê? Não sei. Minto, sei
sim: receio.
Um
ano depois de ter-lhe enviado aquela mensagem de parabéns, tomei a iniciativa
de repetir o gesto, mas, dessa vez, via telefone. Chamou, chamou até cair na
caixa postal. Provavelmente, deve estar comemorando, por isso achei melhor
ligar depois.
No dia seguinte, com o telefone em mãos me
questionei se estava agindo certo e antes que chegasse a alguma conclusão, já
tinha discado o número. O resultado foi o mesmo, do dia anterior. Porém, não me
dei por vencido. Insisti, mas duas vezes até que ela atendeu:
-Alô.
_ Disse ela.
Senti
um frio na barriga e a chamei pelo nome, mas, pelo jeito, ela não ouviu e
insistiu:
-Alô?
Então,
desliguei.
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