Eric do Vale
Não
invejo ninguém que seja psicólogo, porque, no meu entender, estudar os problemas
alheios é algo extremamente complexo. Mesmo assim, eu me pergunto: qual é a
desse cara? No primeiro dia de aula, ele
falou que lutava jiu-jitsu e vale tudo, chegando até a disputar campeonatos
nacionais e estrangeiros. Dizia para quem quisesse ouvir que era tão bom na lábia
quanto no braço e, durante as aulas, expressava as suas opiniões demonstrando
um aspecto zombeteiro somado a um quê de volúpia, ficando evidente que a sua
pretensão era sempre contrapor com os pensamentos dos professores e de seus colegas
de sala.
Suas
opiniões, muitas vezes, eram tão incoerentes, que ele merecia ser taxado de discípulo
do Lobão. Quando terminava de fazer suas colocações, era comum ouvir alguém
murmurar: “Oh cara chato! Só fala besteira!”. Não era uma e nem duas pessoas
que faziam isso, mas sim a classe toda, inclusive eu. Acho até que os
professores também pensavam assim. E sendo um declarado e ferrenho opositor do
Partido dos Trabalhadores, gostava de atritar com a professora de sociologia,
pois essa nunca escondeu a sua simpatia pela causa esquerdista.
Para
ser honesto, eu também não morro de amores pelo PT e nem pelo PSDB.
Especialmente, esse último. Parto da tese de que “todos os políticos são
farinha do mesmo saco” e ao contrário desse “camarada”, eu respeito todos
aqueles que tenham as suas convicções ideológicas definidas.
Confesso
que, de uns tempos para cá, comecei a criar gosto pela sociologia, pois percebi
a importância dela para o nosso cotidiano. E por falar nisso, a professora
dessa cadeira, dia desses, me fez um desabafo, assim que a aula terminou:
- Se você souber a quantidade de alunos que eu tenho que
lidar, não é brincadeira! Veja você que, ontem, um aluno do semestre anterior
me perguntou o seguinte: “Professora, por que a gente tem que ser obrigado
a assistir esta sua aula?”. Apresentei-lhe as devidas razões, mas sabe o que
foi que ele me respondeu?
- O que foi que ele disse?
- “Sabe de uma coisa, eu acho esse debate que a senhora
promove é uma grande babaquice, pois não tem nada para me acrescentar.”
Quando saí
do trabalho, fui para a casa e a minha cabeça estava para explodir. Por mim,
nem iria, hoje, para a aula, no entanto tinha um seminário para apresentar. O
pior é que eu não estudei coisa nenhuma. Que droga! Tomei um analgésico e mesmo
assim, resolvi ir para a faculdade.
Lá chegando, passei a vista no conteúdo e assim que a
professora entrou na sala, pediu para que fizéssemos um círculo. Fiquei incumbido de debater sobre o
“jeitinho brasileiro” e mal comecei a falar, ele tomou a palavra:
- Não tem
ninguém aqui, nesta sala, que seja honesto. Todo mundo é corrupto. Você, você,
você e você. _ Apontando aleatoriamente.
E continuou:
- Duvido que se alguém aqui tiver um filho doente não vai
“dar um jeitinho” para ser atendido logo. Por isso, eu digo e repito: todo
mundo é corrupto! _ Alterando a voz.
Depositei toda a minha força sobre a mesa e, em seguida, me
levantei da cadeira em direção ao lugar onde ele estava. A professora não
cessava de pedir calma, enquanto os demais não sabiam o que fazer. Todos
acreditavam que, naquele momento, a sala se transformaria em um saloon.
Com o dedo em riste, eu trovejei:
-Escuta aqui, o que você está pensado da vida? Você pensa que
é quem? Por um acaso, você é pai? Não, não é! Você nem sabe o que é isso!
A professora estava à beira de ter um colapso, então voltei
para o meu lugar e dei continuidade a apresentação.
Confiram hum page Minha los Recanto das Letras http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=136746
Caso me desejem adicionar nenhum facebock Meu, Acessem https://www.facebook.com/eric.dovale.3?ref=tn_tnmn
Acessem also hum fà página Fazer facebock: https://www.facebook.com/Vale1Conto
Nenhum comentário:
Postar um comentário