Eric do Vale
Depois de desligar o
telefone, Cibele não esqueceu do que Hermano havia lhe falado: “Não entendi,
até agora, o motivo de você ter ido embora daquele jeito.”. Aquelas palavras
fizeram-na lembrar-se de um encontro casual que tivera com um antigo namorado. Especificamente,
um fato, ocorrido, há cinco anos. Era
carnaval e Cibele estava em uma cidadezinha litorânea, quando, acompanhada de
uma amiga, dirigiu-se até a praça matriz, onde a festa havia se iniciado. De
repente, Cibele viu o seu ex-namorado. Faziam quase dois anos que eles tinham
terminado e ele sorriu para ela. Discretamente, Cibele falou para a sua amiga:
-Vamos
embora?
-Mal
chegamos.
-Por
favor.
Muito
tempo depois, Cibele reencontrou, casualmente, esse antigo namorado e entre uma
conversa e outra, ele falou:
-Eu
não entendi o porquê que você deu aquela carreira, durante o carnaval.
Assim que chegou em casa, Hermano
telefonou-lhe, mas ela não atendeu. Preocupado, ele enviou-lhe uma mensagem:
“Gostou do encontro?”. Cibele respondeu que sim e o achou um rapaz muito
educado e logo em seguida, Hermano mandou-lhe outra mensagem querendo saber se
poderia telefonar para ela. Cibele respondeu que não, pois estava com uma
amiga.
No
dia seguinte, após o encontro, Hermano resolveu telefonar-lhe, mas, dessa vez,
Cibele atendeu. Sem muitos rodeios, ele foi direto ao assunto:
-Está
tudo bem?
-Sim, está.
-Eu
fiquei preocupado.
-Por
quê?
- Você saiu daquele jeito.
-O
meu ônibus tinha acabado de chegar.
Aquele
era o primeiro encontro dele e depois de terem conversado bastante, Cibele
disse que precisava ir embora. Hermano fez questão de acompanha-la até a
parada, quando ela avistou o ônibus chegando. Ao se despedirem, Hermano beijou
o lado esquerdo do rosto dela e quando estava prestes a beijar a outra face, encostou
os lábios dele nos dela. Perto de repetir, ela, atônita, afastou-se e, saindo
correndo, disse:
-Até
outro dia!
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