Eric
do Vale
Quem
diria que ali, na faculdade de jornalismo, iriamos, pela segunda vez, nos
reencontrar? Fazia uma semana que eu
estava estudando naquele colégio, quando, na hora da saída, ela me abordou. Embora
estivesse dois anos adiantada do que eu, tivemos, no colégio anterior, uma
convivência diária, em razão do regime de semi-internato pelo qual ela e eu
fazíamos parte.
E se não estou enganado, o contato que,
naquela época, tivemos além de ter sido muito restrito, era bastante conturbado:
brigávamos por tudo, o tempo todo. Prefiro acreditar que a nossa
incompatibilidade de gênios tenha sido fruto da fase pela qual estávamos
atravessando, naquele momento. No entanto, reconheço que houve situações em que
tivemos sim uma relação amistosa.
Até
hoje, eu não me esqueço quando, na hora do almoço, a coordenadora lembrou a
todos nós do dia das mães, data a ser comemorada dentro de dois dias. Assim que terminei de almoçar, fui escovar os
dentes e encontrei essa minha colega sentada na escada chorando.
Pensei
em ir até ela para consolá-la, mesmo sem saber o motivo. No entanto, desisti da ideia e depois, fiquei
sabendo o porquê daquilo: ela, naquele momento, lembrou-se da mãe dela que, um
ano atrás, havia morrido.
Depois
desse dia, procurei ser mais tolerante com ela e assim, o nosso contato tornou-se
mais harmonioso do que outrora até deixar o semi-internato e perdê-la de vista.
Passei a vê-la com mais frequência nesse novo colégio, porém os nossos diálogos
resumia-se apenas a um “Bom dia”. Algo não muito diferente, quando nos
reencontramos na faculdade de jornalismo. Sendo que, dessa vez, tornou-se muito
raro trocarmos um “Olá”.
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