Não sou criminalista, mas peguei esta causa
atendendo a um pedido de um colega meu, porque esse encontrava-se atuando
em um outro processo.
Na proporção em que fui estudando o caso, lembrei- me dos meus tempos de universitário, durante a aula de Direito Penal.
Na proporção em que fui estudando o caso, lembrei- me dos meus tempos de universitário, durante a aula de Direito Penal.
-Acusar alguém de assédio sexual é algo muito grave. _ Falou o
professor daquela disciplina.
A minha cliente tinha uns vinte e poucos anos e
alegava ser assediada sexualmente pelo seu chefe. Com frequência, ele enviava
mensagens com cantadas típicas de um cafajeste, conforme pude averiguar.
Ela havia me dito que outras funcionárias também foram assediadas por ele; uma
delas até chegou a ser demitida por justa causa, porque ameaçou de
denunciá-lo a polícia.
Durante a audiência, lembrei- me das
palavras do meu professor de Direito Penal: "Acusar alguém de assédio sexual
é muito grave. Podendo, muitas vezes, destruir a reputação do réu ".
Pensei muito nisso, quando o vi naquelas circunstâncias. Justo ele, um homem
casado e pai de família! E o que mais me impressionava era saber que, em um
período distante, fomos colegas de escola.
A lembrança que eu tinha dele, naquela
época, era que ele sempre foi um aproveitador, em todos os
sentidos. Se eu fosse uma pessoa sádica, poderia ter me alegrado vendo- o
naquela situação constrangedora, visto que quem estava defendendo a vítima
dele era justamente alguém que ele sempre subestimou.
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