Eric do Vale
- Sabia que eu até
pensei em ser freira?
-Não brinca!
-É Sério. Queria ser
freira, porque não pretendia me casar nunca. E depois que comentei isso com a
Anabela, não tive mais sossego. Vira e mexe, ela fica pegando no meu pé e até,
veja você, me chama de madre superiora.
-Só rindo mesmo e quer
saber? Eu estou me controlando para não achar graça.
-Nem vem que não tem.
Você não pode dizer nada: e aquela coroa que você era os quatro pneus arreados?
- Você também não pode
dizer nada: lembra-se daquele quarentão que te deu uns beijos, depois que ele
te deu carona?
-Foi só uma vez e isso
foi um grande equívoco na minha vida. Ao
contrário de você, que era os quatro pneus arreados por essa dona. Vai negar?
-De jeito nenhum. Mas,
isso é passado.
-Passado? Nunca que vou
me esquecer do dia em que ela te deu um fora: você veio chorar nesse meu ombro.
-Você tem que lembrar
disso, por quê?
-Foi você quem começou.
Agora, aguenta o tranco.
-Ah, é? Só que eu nunca
pensei em ser padre.
-Mas, sempre foi um
eterno romântico. Além dessa coroa, teve aquela tresloucada...
-Tá legal, você venceu.
Por falar nisso, você me deu uma grande ideia.
-Qual?
-Escrever uma história
sobre isso.
- Você não é nem louco
de fazer uma coisa dessa!
-Por que não?
-Falar da nossa vida,
ficou louco?
-Prometo que não vou
citar nomes.
-Você escolhe: escrever essa história ou o nosso namoro?
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