segunda-feira, 20 de junho de 2016

Conto- Miragem II

Eric do Vale


Bem que ela poderia se chamar Stella, pois eu me basearia na letra daquela canção para questionar-lhe: “Em que estrela você se escondeu? Em que sonho você vai voltar?”. Não há um dia, na minha vida, que eu deixe de pensar nela. Volta e meia, vejo as fotos dela e me pergunto: “Será que tornaremos a nos ver?”.
Por falar nisso, perguntei, outro dia, para uma colega do meu trabalho sobre o Charles e essa comentou:
-Provavelmente, morreu e nós nem tenhamos sido convidados aos enterro e a missa de sétimo dia dele.  
É claro que essa minha colega disse aquilo em tom de brincadeira, mas fazia sentido:  ultimamente, ele vinha faltando o trabalho com bastante frequência até pedir demissão. Sabíamos, por alto, que Charles estava passando por um processo de separação.  Várias vezes, telefonei-lhe e até enviei mensagens pelas redes sociais, mas ele nunca me retornou.
Ela também está seguindo o mesmo caminho do Charles: falo “oi”, sempre que a vejo on line, porém não sou correspondido. Tenho plena convicção de que morta ela não está, por isso continuo tentando. Só não sei até quando. 

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