domingo, 26 de junho de 2016

Crônica- Odisseia De Um Escritor

Eric do Vale



Escrever é muito bom, embora seja algo trabalhoso. Essa foi a afirmação que utilizei em uma crônica, escrita há tempos atrás, para classificar o oficio da escrita e agora, faço questão de reafirmar reforçando o seguinte: escrever é dificultoso, mas organizar um livro é duas, três e até quatro vezes mais complicado do que se possa imaginar.
 Falo isso por experiência própria: quando comecei a organizar os meus textos em um único arquivo, verifiquei que possuía dois livros prontos, um de contos e outro de poesias. O próximo passo, foi enviá-los a uma editora e assim o fiz.
Para minha surpresa, duas editoras manifestaram interesse em publicar dois livros deste aspirante a literato e, até então, desconhecido de todos. Enquanto lutava pelo meu espaço no mercado editorial, queriam eles, a todo custo, realizar a minha vontade. Era a fome associada a vontade de devorar o prato. Mas, no final das contas, nenhuma parte chegou a um acordo.
Paralelamente, comecei a escrever de forma corriqueira e já possuía material de sobra para publicar mais de um livro. Novamente, enviei todo o conteúdo para as editoras e a história repetiu-se: nenhuma das partes chegou a um consenso. Pudera, o mercado editorial no Brasil é algo penoso, sobretudo para alguém desprovido de algum apadrinhamento, como eu.
Acredito que foi melhor assim, dispus-me de tempo suficiente para trabalhar na produção textual até que eu pudesse certificar-me de que tudo estava definitivamente pronto.
Volta e meia, alterava o conteúdo dos meus livros: incluía um texto aqui; excluía outro ali e, quando necessário, recolocava-o em seu devido lugar. Quantas vezes fiz isso? Não sei. Mas lembro-me perfeitamente da última vez que isso aconteceu: era uma sexta-feira e, de repente, lá estava eu, de frente para o computador, repetindo o mesmo ritual.
Agradeci e, até hoje, agradeço a Deus por não ter assinado contrato com nenhuma editora. Por um segundo, visualizem Tim Maia e o João Gilberto, incorporados em uma só pessoa, somando com as manias de Roberto Carlos. Esse era eu. Este trabalho, no entanto, trouxe-me um resultado positivo: nove livros prontos, seis de contos e três de poesias. Cabe-me, agora, enviar esse material para uma editora.
Obviamente, não enviarei todo o conteúdo de uma vez só. Por isso, selecionei meus três primeiros livros, dois de contos e um de poesias. E me pergunto: como irão os editores atuar, quando analisarem todo esse material? Fico aqui imaginando as posturas deles, quando, no devido tempo, lhes contar que tenho outros tantos livros prontos paras serem editados. E se eu relatasse a eles a minha odisseia?


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